Economia
Pessimismo é crime contra o país, diz presidente da Anfavea
Segundo ele, para o futuro, seria necessário considerar que o Brasil ainda tem uma taxa de motorização baixa, quando comparada à de outros países, o que significa um potencial alto de crescimento.
31/08/2015 às 15h56, Por Maylla Nunes
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Agência Brasil – Ao participar hoje (31), em São Paulo, do 1º Encontro Estratégico das Lideranças do Setor Automotivo, o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Luiz Moan, disse que para superar a crise econômica atual é preciso ter primeiro “visão de futuro” e depois, de “médio e curto prazo”. Segundo ele, para o futuro, seria necessário considerar que o Brasil ainda tem uma taxa de motorização baixa, quando comparada à de outros países, o que significa um potencial alto de crescimento.
“Acredito que, a partir do segundo semestre do ano que vem, o país retomará o nível de crescimento mais alto e sustentável. A crise de pessimismo é um crime contra o país e, se deixarmos nos envolver, vamos desenvolvendo o mal-estar e o clima de pessimismo. A sugestão da Anfavea é a de que o núcleo que envolve o setor automotivo tenha reuniões periódicas, para dar continuidade a um trabalho que não funcione só nas crises”, disse.
Para o presidente da Associação Brasileira de Consórcios (Abac), Paulo Roberto Rossi, um dos desafios para o setor é a dificuldade atual do consumidor em assumir compromissos financeiros de médio e longo prazo. “Este é um momento de confiança abalada. Paralelo a isso, temos a dificuldade de o setor produtivo e de ter o consórcio como ferramenta de venda futura. Seria importante que o consórcio fosse considerado como estratégia comercial de todos os participantes da indústria automobilística”.
Rossi ressaltou que a solução para a crise é a mudança de comportamento do consumidor e do setor produtivo. “Não é fácil, mas confiamos que unidos poderemos fazer acontecer. A Abac seguirá estimulando programas de educação financeira por meio de ações de divulgação da modalidade de consórcio, focando sobretudo em suas características básicas: autofinanciamento, custos mais baixos e planejamento financeiro”.
O diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leandro Vilain, destacou que os bancos mantém um compromisso firme com o setor, e que a legislação vem contribuindo para evitar a inadimplência. Para ele, é preciso unir esforços para preservar os empregos no setor, mas é preciso, também, melhorar os mecanismos de localização do bem retomado. “A Febraban trabalhará nos próximos meses em uma proposta a ser apresentada à Fenabrave e à Fenauto para aumentarmos a eficiência nesse processo, e repassarmos esses ganhos para o setor. Hoje, o processo de localização do veículo é ineficiente, gerando perda da garantia do empréstimo e aumento dos custos da inadimplência”.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção, ressaltou que os principais desafios na avaliação da entidade é o cenário político e econômico, o PIB negativo, as crise de água e de energia elétrica, o abalo no índice de confiança dos consumidores e investidores, o aumento do desemprego e endividamento, a inflação alta. “Além disso, há a retração na oferta de crédito, o automóvel visto como vilão da mobilidade urbana. O país precisa realizar ajuste fiscal, e retomar a estabilidade política e econômica”.
Na avaliação do presidente do Sindicato Nacional da Industria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, é preciso reconhecer que a crise une as entidades, que todas estão no mesmo barco e não querem que afunde. “É uma oportunidade de todos remarem juntos para uma solução comum, para a soma de pequenas soluções para tirar este setor da situação atual”.
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