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Acupuntura alivia a dor de pacientes com chikungunya
A acupuntura, aliada a consultas com o infectologista, foi uma alternativa da Divisão de Vigilância Epidemiológica para tentar acabar com os sofrimentos dos pacientes provocados por inchaços, cãibras e dores.
28/07/2015 às 15h51, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
Há três semanas, a doméstica Roseneide Pereira voltou a se alimentar e a trocar a roupa sozinha. Gestos simples, mas que eram impossíveis de fazer por conta das fortes dores que acometiam os braços e mãos. A satisfação em relatar essa conquista veio depois das sessões de acupuntura, na Secretaria Municipal de Saúde.
Desde o último mês de abril que Roseneide enfrenta as consequências da febre chikungunya, doença transmitida pelo aedes aegypti. A acupuntura, aliada a consultas com o infectologista, foi uma alternativa da Divisão de Vigilância Epidemiológica para tentar acabar com os sofrimentos dos pacientes provocados por inchaços, cãibras e dores.
“Sentia dores horríveis, que me tiravam o sono e me deixavam impossibilitada de fazer os afazeres domésticos. Nem fechar o sutiã sozinha eu conseguia, nem muito menos andar”, contou.
Além dela, outros pacientes na fase subaguda e crônica da doença estão sendo submetidos à acupuntura. São exatamente 40 pessoas, entre homens e mulheres. Eles já estão na terceira sessão de um total de dez. Para isso, tiveram atendimento com o infectologista e passaram por uma triagem.
“São pacientes que já não respondem ao tratamento com medicamentos – analgésicos e anti-inflamatórios”, afirmou a acupunturista Arabi Xinguara. Segundo ela, esse não é um método alternativo para tratar a doença, mas uma especialidade.
“Feira de Santana é o primeiro município a usar a acupuntura em pacientes com chikungunya e eles têm apresentado uma melhora significante. O número de pessoas que não tiveram uma resposta satisfatória fica em torno de apenas 5%”, afirma.
Durante a sessão são colocadas 14 agulhas no corpo do paciente – o incômodo se assemelha a uma picada de formiga. São escolhidos pontos, aqueles considerados os melhores: entre o cotovelo e a mão, e, dos joelhos aos pés. Essas agulhas não agem necessariamente no ponto da dor. Cada uma das dez sessões previstas dura em média de 20 a 30 minutos. Elas acontecem uma vez por semana.
A acupunturista explica que as agulhas agem na estimulação de neurotransmissores, provocando equilíbrio no corpo do paciente. Reduz edemas, diminui o processo inflamatório, melhora o sono, provoca o relaxamento muscular e, com isso, diminui os sintomas da depressão e das dores.
A técnica de enfermagem, Eliana Macedo, também está entre os pacientes submetidos ao tratamento. Ela conta que os remédios prescritos pelos médicos já não faziam mais efeito em seu organismo. “As dores eram intensas e só começaram a melhorar depois da acupuntura”, disse.
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