Daniela Cardoso e Ney Silva
Os servidores da Previdência Social em Feira de Santana estão paralisados em adesão à greve nacional da categoria. As duas agências da Previdência, que funcionam no Muchila e no Milton Gomes, não estão atendendo ao público, com exceção da perícia médica. Na manhã desta quarta-feira (8), os servidores se concentraram na gerência regional, localizada na Avenida Getúlio Vargas. Representante do comando de greve na cidade, Luiz Ernesto Santa Bárbara disse que a categoria está respeitando a lei de greve e o serviço de perícia está sendo mantido por ser essencial.
Ele informou que a pauta de reivindicação, que abrange servidores federais de outras categorias, engloba um aumento linear de 27% e que também incluiu os servidores do INSS, que ainda têm pautas específicas da categoria da Previdência Social. Ele citou, por exemplo, que os servidores do INSS com até 40 anos de serviço, caso resolvam se aposentar, perdem metade da gratificação, que pode chegar a 4 mil reais.
“Os trabalhadores já têm um padrão de vida estabelecido em função de um valor e se decidirem se aposentar, perdem esse significativo percentual. Com isso, os colegas vão protelando a aposentadoria e muitos estão adoecendo no ambiente de trabalho, que nem sempre é adequado”, afirmou Luiz Ernesto.
O servidor informou ainda que as unidades da previdência social estão com problemas na estrutura física e precisam de reforma para melhorar a qualidade do trabalho. Em Feira de Santana são cerca de 100 servidores e, na gerência, passa de 300.
Situação da greve na Bahia

Ricardo Sampaio explicou que assim como o Brasil está em crise, o INSS também passa por essa mesma situação há muito tempo e está insustentável. “Falta água para beber, falta papel higiênico, falta limpeza, pois os trabalhadores dos serviços terceirizados estão há três meses sem receber salários. Além disso, vai faltar segurança no período noturno, pois os vigilantes só vão trabalhar até as 19h”, afirmou.
Na opinião do representante da categoria, o que falta no INSS é gestão, que foi denunciada através de um parecer técnico do Tribunal de Contas da União desde o ano passado. Segundo Ricardo Sampaio, o parecer técnico indica que a Previdência Social no Brasil está à beira de um colapso por conta de uma má gestão.
Sobre a pauta de reivindicações, Ricardo informou que a categoria está com uma defasagem salarial muito grande e lembra que durante todo o governo Dilma, os servidores da Previdência Social só tiveram 15% dividido em três prestações, ou seja, 5% ao ano, que não cobriu nem a inflação. “Agora a presidente Dilma Rousseff nos apresenta uma proposta de 21% dividida em quatro prestações, começando a primeira no ano que vem, cujo percentual é de 4%. Se nós considerarmos que a inflação 2015, neste mês de julho, já alcançou o percentual de 9%, nós teremos um aumento abaixo da inflação”, salienta.
Ele informou que a Previdência Social na Bahia tem cerca de 3 mil servidores e que as negociações estão ocorrendo entre o comando nacional de greve e a previdência em Brasília.
