Daniela Cardoso e Ney Silva
Em quase todos os bairros de Feira de Santana vem crescendo de forma acentuada o número de pessoas acometidas por vírus provocados pela proliferação dos focos do mosquito Aedes Aegypti. Mas, ao que tudo indica, o bairro Rua Nova é um dos mais prejudicados com pessoas que se queixam dos sintomas de dengue, chikungunya e Zika. A situação constatada pela equipe do Acorda Cidade na policlínica do bairro mostra uma comunidade preocupada e profissionais de saúde sem poder dar conta da quantidade de pacientes reclamando de febre, dores e inchaços nas articulações.
A equipe da policlínica não quis gravar entrevista, mas uma enfermeira confirmou que por dia estão sendo atendidas mais de 400 pessoas. Na manhã desta quinta-feira (14), os pacientes agonizavam de dor. Alguns deles reclamavam que em dias anteriores tinham recebido atendimento, foram medicados, mas não estavam com a situação resolvida, devido à persistência dos sintomas.
O aposentado Claudionor Santos Lopes informou que esteve na policlínica na última segunda-feira, quando sentia fortes dores. Ele foi medicado, retornou para casa e hoje voltou à policlínica com os mesmos sintomas. O aposentado aguardava atendimento há mais de duas horas. “Estou com dores em todo o corpo, febre e sinto uma certa coceira”, afirmou.
O comerciário Luiz Carlos Couto Guimarães não consegue trabalhar há dois dias, em busca de atendimento na policlínica. Assim como Claudionor, Luiz Carlos informou que está com febre, vômito, dor e que não consegue dormir. “Essa unidade de saúde está lotada e cada dia que passa piora”, disse.
A professora aposentada Clécia Ramos da Silva mora no bairro Barroquinha, que é próximo ao Rua Nova. Ela também foi em busca de atendimento e informou que mesmo medicada o profissional que a atendeu não soube dizer o que ela tinha. “Estou há oito dias andando para a policlínica. Estou com dores e inchaços nas articulações”, afirmou.
Ela elogiou o trabalho da policlínica, mas lamentou o fato de dezenas de pessoas no bairro Rua Nova estarem nessa situação. A professora informou que no primeiro dia que foi atendida, chegou às 7h da manhã e só conseguiu ser atendida às 17h. Clécia observou que todas as pessoas estavam com os mesmos sintomas que ela.
Moradora do bairro Rua Nova, Ana Sepúlveda disse que na casa dela tem três pessoas com o vírus chikungunya. Ela também destacou o atendimento na policlínica, porém salientou que o tratamento é à base de paracetamol, que ameniza as dores e a febre, mas sem uma solução eficaz. A moradora disse ainda que a situação é muito grave, principalmente na rua 18 do Forte, onde ela reside, com um número grande de pessoas com vírus.