Cinco milhões de brasileiros convivem com feridas crônicas

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Considerada como um dos mais graves problemas de saúde pública atualmente no Brasil, as feridas crônicas afetam a rotina de vida de aproximadamente 5 milhões de brasileiros. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demostram que esta doença já é a 14ª maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, com mais de 200 mil trabalhadores afastados de maneira temporária ou permanentemente. Na Bahia temos cerca de 350 mil pessoas que convivem com feridas crônicas e suas sequelas.

Diversos são os motivos que podem transformar uma pequena lesão na pele em uma ferida crônica. Estudos comprovam que na maioria dos casos, as feridas crônicas estão associadas com outras doenças, como o diabetes , hipertensão, insuficiência vascular, anemia falciforme, hanseníase, entre outras.

Ao ser diagnosticada precocemente e adotando os procedimentos médicos adequados, as feridas crônicas podem ser prevenidas. No entanto, quando não tratadas adequadamente e associada a outros fatores, um pequeno machucado pode evoluir para uma ferida crônica, que muitas vezes tem como desfecho a amputação parcial ou total do membro afetado.

Uma ferida quando evolui para uma situação crônica requer um tratamento demorado, com materiais apropriados, emprego de tecnologias adequadas e tem um custo financeiro elevado. Esta doença também representa enorme prejuízo social, tanto para o doente, impossibilitado de exercer as suas atividades cotidianas, quanto para os seus familiares. que terão as suas rotinas alteradas para dispensar-lhe os cuidados necessários. O tratamento das feridas crônicas é um desafio a mais para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois exige novos investimentos e protocolos específicos para cuidar desses pacientes.

Atitudes e cuidados

O acompanhamento adequado das condições de saúde, com visitas periódicas ao médico, observação de sinais e sintomas, cuidados com pequenos machucados, evitar pressão excessiva em determinadas partes do corpo de pessoas acamadas, mudando constantemente suas posições de descanso, são alguns aspectos importantes na prevenção das feridas crônicas.

Algumas situações devem ser evitadas, pois podem contribuir para o agravamento das feridas crônicas: a exemplo da pressão contínua sobre a área lesada, o cuidado com o contato de corpos estranhos no local da ferida, nunca utilizar produtos ou substâncias sem a devida indicação médica, ter cuidado com choques e pancadas no local ferido, fazer o curativo obedecendo as recomendações do profissional de saúde, evitar fortes atritos e pressão excessiva no local na hora do curativo, alimentar-se bem com uma dieta balanceada e rica em proteínas, vitaminas e sais minerais.

O paciente com ferida crônica também deve se abster de bebidas alcoólicas e o fumo, buscar a redução de peso, através de uma dieta balanceada e menor ingesta de produtos calóricos, evitar o uso de antinflamatórios orais, reduzir situações de estresse e ansiedade excessivas e seguir com rigor as orientações médicas.

Evento

Com o objetivo de discutir o tema e suas complexidades, bem como buscar construir uma política pública para a atenção aos portadores de feridas crônicas, a Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia promove audiência pública, na próxima terça-feira (19) de 2015, das 9 as 12h, no auditório Jutahy Magalhães. O evento contará com a participação de renomados pesquisadores brasileiros, representações da sociedade civil, entidades representativas dos portadores de feridas crônicas, diversas sociedades médicas implicadas com a questão, gestores do Ministério e da Secretaria Estadual da Saúde e secretários de saúde de diversos municípios baianos.