Daniela Cardoso e Ney Silva

Aproximadamente 120 mil pessoas sofrem com problemas relacionados a hipertensão arterial em Feira de Santana. Essa doença foi destacada em palestras feitas por médicos cardiologistas na manhã deste sábado (9) durante o II Simpósio Nacional de Hipertensão, promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) Regional de Feira de Santana. Os dados apontam que em 2013, pelo menos 300 pessoas morreram na cidade por doenças cardiovasculares, entre elas a hipertensão.

O simpósio reuniu palestrantes do Brasil, sendo que um deles veio de Portugal para contar a experiência do controle da hipertensão naquele país. Os participantes foram estudantes de enfermagem e de medicina, fisioterapeutas, médicos de diversas especialidades, entre outros profissionais da área de saúde.

O cardiologista gaúcho Flávio Danni Fuchs, que veio a Feira de Santana na condição de palestrante, informou que em casos de hipertensão leve, as pessoas podem optar por tratamento não medicamentoso, que incluiu a mudança de dieta, redução do peso e se alimentar com bastante vegetais, frutas e verduras. “Se a pressão não for normalizada com essas mudanças, as pessoas não podem, sob hipótese nenhuma, deixar a pressão arterial mesmo leve elevada, pois a pessoa está sob risco de um derrame”, afirmou.

Flávio Fuchs salientou ainda que para obter resultado no tratamento de uma hipertensão leve e evitar o uso de medicação, é necessário seguir a dieta não medicamentosa. “Há uma diferença entre saber que é bom e fazer a dieta. Pouca gente faz bem feita”, destacou.


O cardiologista português Fernando Pinto, um dos congressistas convidados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Regional de Feira de Santana, abordou o tema “Hipertensão Resistente e Refratária: Elas são diferentes?”. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele mostrou-se preocupado com o uso excessivo de sal pela população da Europa. Mas ele destaca que um trabalho realizado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão fez reduzir um pouco o consumo de sal, tendo influência em 46% nos casos de derrames.


O médico Edval Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia Regional de Feira de Santana, ficou satisfeito com a participação dos profissionais de saúde no evento, que vieram de várias regiões da Bahia e de outros estados do Brasil. “As pessoas que tiveram aqui ouviram palestrantes do mais alto nível técnico. Foram aulas muito importantes apresentadas pelos palestrantes e com participação de estudantes da área de saúde”, salientou.

Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade