Laiane Cruz

Produtores de leite de várias regiões do estado da Bahia participam, em Feira de Santana, de um seminário sobre políticas públicas para a cadeia produtiva de leite da agricultura familiar. O evento acontece desde ontem (5), até esta terça-feira, no auditório da Pousada Central.

O secretário de Desenvolvimento Rural, Gerônimo Rodrigues, que participou da abertura dos trabalhos, informou que a demanda por leite na Bahia é maior que a produção. E o estado ainda importa o alimento.

“Nós ainda temos um desarranjo na cadeia do leite. Nós temos uma demanda de 150 mil litros de leite e só ofertamos 50 mil. Se formos para o mercado tradicional, teremos capacidade de fazer muito mais, fora a capacidade das cooperativas, e de agentes do estado em ofertar infraestrutura logística”, afirmou o secretário.

Segundo ele, a Bahia possui bacias estratégicas de produção, como a do Rio Galvão, no sudoeste do estado, o Portal do Sertão, a bacia do Cisal e do Rio Jacuípe. No entano, Gerônimo Rodrigues avalia que falta infraestrutura, estoque de alimentos e melhoramento genético dos animais.

O pequeno produtor de leite Lelivaldo Correia, morador de Capela do Alto Alegre, cidade situada na Bacia do Rio Jacuípe, que atende a 14 municípios, afirmou que o preço do leite vem caindo na região onde trabalha, sobretudo por causa da seca que atingiu a reunião nos últimos anos. Mas, de acordo com o produtor, a expectativa para o período do inverno está grande.

“O preço do leite despencou e não está tendo nem a quem vender na realidade. Lá na região, a gente ta vendendo ao preço de R$ 0,60 a R$ 0,70. Tem vacas com média de 6 litros por dia e outras com 10. Com a plantação da palma e com o incentivo dos trabalhos sociais a proporção de animais e o leite devem aumentar. Tá chovendo bem, e o inverno promete”, avaliou.

O deputado estadual Zé Neto, que também esteve presente no seminário, informou que um dos temas tratados no evento, entre outros, é a reestruturação da Cooperativa Central de Laticínios da Bahia (CCLB). “Hoje é imperativo ter secadoras de leite na Bahia e hoje nós só temos uma máquina de leite em pó na Bahia”, disse.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.