Cultura

Balé Popular do Recife emociona e diverte na Mostra Sesc de Artes

Apesar do foco do espetáculo ser a cultura pernambucana, também integram o grupo bailarinos de outros estados, a exemplo de São Paulo e Pará.

17/04/2015 às 12h18, Por Maylla Nunes

Compartilhe essa notícia

Acorda Cidade

Em 1977, quando foi convidado por Ariano Suassuna para dirigir um grupo de dança com o sugestivo nome Brincantes Populares, o pernambucano de Garanhuns André Madureira achou a ideia interessante. Ele só não sabia naquele momento estava iniciando o projeto de sua vida inteira. Hoje com 63 anos de idade, continua sendo o diretor artístico do Balé Popular do Recife, que completa 38 anos de fundação no mês que vem.

Na hora da apresentação, na noite desta quinta-feira (16), no Centro de Cultura Amélio Amorim, ele não estava no palco, junto com os 14 bailarinos que durante uma hora mostraram toda a diversidade da cultura pernambucana. Mas era possível sentir a sua presença em cada coreografia, cada movimento, cada detalhe do figurino caracterizado pela mistura de cores e muito brilho. Bem do jeito da Mostra Sesc de Artes.

“Viva o frevo!” Gritava o coro dos bailarinos. E viva também o maracatu, o xaxado, a ciranda, a festa de reis, os caboclinhos e o mundo circense, completava André Madureira, por trás das cortinas, silenciosamente. O espetáculo, explica, é uma espécie de ritual, dividido em quatro ciclos: dança carnavalesca, quadrilha junina, afroamerindeo e festa natalina. “É o retrato da dança nordestina”, define.

Apesar do foco do espetáculo ser a cultura pernambucana, também integram o grupo bailarinos de outros estados, a exemplo de São Paulo e Pará. Mas o espírito nordestino, claro, fala mais alto inclusive para quem assiste a apresentação. O diretor, que também já foi bailarino, tem uma definição bem especial para essa modalidade artística que move a sua vida: “A dança é um lenitivo para a alma”. Quem há de duvidar? 

Um aspecto bem interessante do espetáculo é a alegria transmitida pelos bailarinos em todos os momentos. Seja dançando forró ou quadrilha, seja apresentando uma performance sobre o cangaço – com direito a Lampião, Maria Bonita e espingardas – seja revivendo a figura folclórica do bumba meu boi. Com o sorriso estampado no rosto, eles até ensinam a dançar pó frevo: Na calcanhar e na ponta do pé…

“A alma sonha e a dança concretiza”, diz André Madureira, lembrando que o Balé Brasílica e o Brasil Brinquedo também buscam essa autenticidade das manifestações nordestinas. No Balé Popular, são sete homens e sete mulheres. Apenas. Mas o resultado é surpreendente até para ele, que já vai pensando na próxima apresentação, nem bem terminou o espetáculo. Coisas de diretor artístico.

Gosto de quero mais

E assim, Feira de Santana continua respirando cultura. Desde o dia 11 e até este sábado (18), a cidade se transformou em uma espécie de ilha cercada de arte por todos os lados. Ainda hoje haverá o Acústico Sesc, com a participação de SAL, Quaternária, Novelta e Dança Tribal com a Trupe Mandala Fusion, no deck da piscina do Sesc, a partir das 19h30, e o espetáculo teatral infantil Tcharacuthara, na praça do Tomba, às 16h. Também no Sesc, a continuação da Oficina de Cenografia Básica, das 13h às 16h.
E amanhã termina a programação, deixando um gosto de quero mais. Terá Choro&Samba, a partir das 10h, no Centro de Abastecimento; a última parte da Oficina de Cenografia Básica, ministrada por Yoshi Aguiar, das 13h às 16h; e o espetáculo de dança O Silêncio e o Caos, do projeto Palco Giratório, às 19h30, no Teatro da CDL. Logo em seguida, fechando o roteiro cultural da mostra no clima do maior carnaval fora de época do Brasil, o Grito de Micareta, com Compassos e Serpentinas.

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade