Daniela Cardoso e Ney Silva

Os pombos que são vistos em grande quantidade nas ruas de Feira de Santana e próximos às feiras livres representam grande perigo para saúde das pessoas. A médica infectologista Aline Abreu Bastos alerta que as fezes dessas aves podem provocar desde doenças de pele até infecções gastrointestinais.

“Os pombos são animais urbanos, que podem causar doenças e suas fezes também. As fezes varridas podem ser inaladas, causando diversas doenças, além de alergias. Como todo animal, os pombos querem lugares onde eles têm comida. Então todos os locais onde tem lixo, os pombos acabam indo. Por isso que os grandes centros urbanos estão tão cheios de pombos”, explicou.

De acordo com a médica, algumas doenças causadas pelos pombos podem causar morte, principalmente se acometer pessoas que já tem a saúde debilitada. Segundo ela, pessoas com problema de coração, de imunidade, câncer, entre outras, podem desenvolver meningite, alterações pulmonares, doenças de pele, doenças gastrointestinais, que normalmente são doenças de difícil diagnóstico e tratamento.

“Geralmente a contaminação com relação as fezes dos pombos ocorre pela inalação. As fezes ficam no chão, são evaporadas e pela respiração a pessoa pega a doença. Não se deve matar os animais, pois eles fazem um controle biológico, mas também não se deve incentivar, alimentando os pombos, pois isso vai aumentar a população deles”, destacou.

O biólogo Magno Mercês, que também é sanitarista, esclarece as condições em que os pombos se reproduzem. Ele explica que as pessoas não devem alimentar essas aves. Além disso, é bom ter cuidado com os alimentos vendidos em feiras livres porque podem estar contaminados. Nesses locais também é comum a presença de pombos.


 

“É importante a gente pontuar as condições ambientais favoráveis para que esse animal acabe se multiplicando. Nesse sentido a gente percebe que a população alimenta os pombos e esses alimentos são atrativos para que os animais, de fato, se multipliquem. Outro fator que a gente percebe, é a quantidade de lixo que a população deixa na cidade, que é um atrativo não só para os pombos, mas para outros animais. As questões ambientais também devem ser observadas. Estamos perdendo muitas árvores, o desmatamento tem sido visível e nesse sentido os pombos saem dessas regiões e se acumulam nas casas, fazendo habitação entre os telhados”, afirmou.

O biólogo Magno Mercês pediu a sensibilização da comunidade de Feira de Santana, para que não alimente os animais. Ele destaca que matar os pombos é crime, mas afirmou que a partir do momento que a pessoa não alimenta, ela está contribuindo para a diminuição da população.

“Os restos de materiais comestíveis, que são deixados nas feiras são atrativos para os animais. Então se as áreas das feiras forem cobertas e tiver a presença de pombos nos telhados, pedimos aos ambulantes que cubram as sementes e leguminosas, pois as fezes dos animais podem cair nos alimentos e trazer problemas a nível gastrointestinal”, destacou.