Andrea Trindade
A pequena Kamilly Santos Batista, de cinco meses, morreu de insuficiência respiratória na manhã desta terça-feira (30), em Feira de Santana.
Em entrevista ao vivo no programa Acorda Cidade, a mãe dela, Elisane Gomes dos Santos, de 28 anos, informou que não conseguia vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O sepultamento, segundo o avô da criança, está marcado para as 9h desta quarta-feira (31), no cemitério Piedade.
A família acusa o Hospital Unimed de negligência e afirmou que vai processar a unidade "por não providenciar a transferência para um hospital privado com UTI pediátrica".
A Unimed informou ao Acorda Cidade, por meio da assessoria, que deu toda assistência à paciente e que tentou todas as alternativas de transferência, inclusive em Salvador, mas não encontrou vagas. “Em nenhum momento a Unimed negou atendimento. Ela já chegou em estado grave”, disse o assessor Edson Borges.
Kamilly, que morreu após sofrer quatro paradas cardíacas, chegou ao Hospital Unimed na noite de segunda-feira (29), após passar mal, e ficou internada até o final da manhã de ontem (30), quando morreu. No dia anterior ela esteve no Pronto-Socorro 24 Horas do bairro do Tomba, à noite, para receber medicação contra rinite, tosse alérgica e asma, e voltou na segunda para receber a segunda dose e dormiu. Horas depois, Kamilly voltou a sentir-se mal – momento em que a família procurou assistência na rede particular e foi orientada a procurar uma UTI.
O diagnóstico, segundo o jornal A Tarde, era de uma broncoaspiração grave, mas a criança morreu de insuficiência respiratória grave.
Nem mesmo no Hospital Estadual da Criança (HEC), que é referência no tratamento de casos graves em crianças, havia vagas. "São duas alas com UTIs pediátricas e estão todas ocupadas. São dez leitos para regulação e dez para pacientes crônicos. Ainda temos crianças na fila de espera. É referência em pediatria, mas não temos vagas. O plano de saúde da família deveria procurar hospitais conveniados, como os de Salvador", informou a assessoria.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou através de assessoria ao jornal A Tarde que o serviço social da Unimed deveria solicitar a transferência para a rede pública – uma vez que o hospital da rede pública não poderia regular uma paciente da rede particular para a pública, sem que fosse feita essa solicitação. Além disso, a criança estava internada num hospital particular e com plano de saúde com cobertura, que deveria providenciar a transferência para um hospital da rede particular, declarou o órgão.