Feira de Santana

Sociedade Filarmônica 25 de Março renasce das cinzas com formação musical

O evento ocorreu no Teatro Frei Felix de Pacatuba, no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, no bairro das Baraúnas.

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Oliveira Dimas

O sonho de compositor do maestro Estevam Pedreira de Moura (Santo Estevão, 3 de agosto de 1907 – Feira de Santana, 9 de março de 1951) era fundar uma escola de música em Feira de Santana. Ele chegou a concretizar o sonho ao lado da professora Georgina Erismann e outros numa casa ao fundo do Asilo Nossa Senhora de Lourdes. Mas, não foi adiante, devido à falta de verbas e de incentivo do poder público. Para motivar jovens feirenses ao gosto pela música, Estevam Moura criou o Coral São Miguel, com quarenta vozes masculinas.

Com o objetivo de manter vivo o sonho de Estevam Moura, marcando na memória o mês em que nasceu, há 107 anos, na tarde desta quinta-feira (7) a Sociedade Filarmônica 25 de Março – que renasce das cinzas, como uma fênix -, realizou a abertura oficial das atividades da Escola de Música que leva o nome do maestro.

O evento ocorreu no Teatro Frei Felix de Pacatuba, no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, no bairro das Baraúnas, com a presença dos secretários municipais de Educação Jayana Ribeiro, de Planejamento Carlos Brito, de Comunicação Valdomiro Silva e de Desenvolvimento Urbano José Pinheiro, de dirigentes da Fundação Senhor dos Passos e da Filarmônica, dirigentes e professoras da Escola Municipal Elizabeth Johnson, além de familiares dos alunos da Escola de Música Maestro Estevam Moura.

Benfeitores da instituição também prestigiaram o início dos trabalhos. Eles apóiam a iniciativa e fizeram a doação de recursos da ordem de R$ 64 mil para aquisição de instrumentos musicais para a revitalização da secular Filarmônica – patrimônio cultural de inestimável valor para Feira de Santana.

Quinze crianças entre nove e 13 anos formam o grupo da turma inicial, com instrumentos de sopro. Executaram trechos de "Blim Blim Blão" e "Berimbau". Todas moram no bairro das Baraúnas e estudam no contraturno.

Cheio de entusiasmo, o professor Antonio Carlos Batista Neves Júnior, o Tony Neves, feirense e integrante da Filarmônica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde toca saxofone alto, é o regente da Sociedade Filarmônica 25 de Março e responsável pela formação dos jovens músicos.

O maestro Celso Benedito, regente daFilarmônica da Ufba, esteve presente prestigiando o ato e garantindo sua contribuição à formação musical, com intercâmbio.

Estevam Moura

Estevam Moura foi aprendiz da Filarmônica 26 de Dezembro e depois chegou a maestro. Executava vários instrumentos, como piano, violão, flauta, sax e trombone, deixando um grande número de composições.

Aos 18 anos, veio para Feira de Santana, residir no distrito de Bonfim de Feira. A convite, passou a dirigir a Filarmônica Minerva. Depois, transferiu-se para Conceição do Almeida, onde regeu a filarmônica local. De volta a Feira de Santana, foi professor de Canto Orfeônico do Colégio Santanópolis e regeu a Sociedade Filarmônica 25 de março, onde permaneceu até sua morte. Compôs os dobrados – era comum, na época, dedicar esse tipo de música a pessoas queridas e ilustres, colocando seus nomes como título – "Tusca", "Arnold Silva", "Magnata", "João Almeida", "Sonho Azul" e "Vida e Morte". Também compôs a marcha "Constelação", o fox "Reveillon" e ainda o "Hino do Congresso Eucarístico" (realizado na década de 40) e o "Hino da Festa de Santana".