Laiane Cruz

Sem dúvida, amamentar é e será sempre um ato de amor. No entanto, para além dos benefícios afetivos que a prática pode trazer para mãe e filho, o aleitamento traz também inúmeras vantagens para a saúde da criança e de quem amamenta.

Na Semana Mundial do Aleitamento Materno essas e outras questões estão sendo discutidas em diversas ações promovidas pelo Hospital Geral Clériston Andrade, Hospital da Mulher e Hospital Estadual da Criança em Feira de Santana. O objetivo é conscientizar as famílias sobre a importância da amamentação, que pode auxiliar na cura de diversas doenças infecciosas em bebês.

Mãe da pequena Lídia, a jornalista Lorena Nascimento considera a amamentação a maneira mais íntima que ela tem para se relacionar com a filha. Ela conta que abriu mão do trabalho para se dedicar integralmente à criança.

“O leite materno é bom até para a criança mais velha. Até o momento eu não tive problemas. As mães desistem de amamentar por questões de trabalho, porque o peito inflama e tem que acordar às madrugadas. No meu caso, enquanto puder e tiver leite eu vou dar sim à minha filha”, afirmou.

Devido à grande quantidade de leite, a jornalista decidiu compartilhar ainda o alimento com outras crianças através da doação. Lorena fez parte do programa de aleitamento materno do Hospital da Mulher. Ela efetuou um cadastro e teve acompanhamento de saúde.

“Eu doei leite até os seis meses. Elas (funcionárias do hospital) vinham toda semana buscar. Traziam os vasos já esterilizados, tudo certinho. Foi assim uma experiência maravilhosa saber que além de estar amamentando a minha filha eu estaria amamentando outras crianças que precisam também”, afirmou.

Alimento ideal

A pediatra Tatiana Vieira explica que o leite materno é responsável por proteger a criança contra infecções e promover um bom desenvolvimento, além de fortalecer o vínculo da mãe com o filho. Segundo ela, a Organização Mundial de Saúde adverte que a amamentação deve ser feita até os dois anos de idade ou mais, porém isso depende também da vontade da mãe e da própria criança.

“Os estudos respondem sempre que as crianças que são amamentadas na primeira hora de vida, de forma exclusiva, ou seja, sem água, sem chá, sem sucos, sem outros alimentos até o sexto mês de vida, e as crianças que mamam e recebem outros alimentos após o sexto mês até dois anos de vida ou mais pegam menos infecção, adoecem menos, melhoram mais rápido dos quadros infecciosos e são mais saudáveis com certeza”, afirma a pediatra.

Ela orienta as mães que apresentam dificuldades na amamentação a procurarem o auxílio de um especialista, que poderá melhor indicar o tratamento ou a substituição do alimento dado à criança. “Em geral a não produção de leite está relacionada à estimulação inadequada da mama. Deve-se estimular adequadamente a mama, corrigir técnica, posição, procurar suporte nos serviços, que podem ser o agente de saúde, o Programa de Saúde da Família, os bancos de leite e os profissionais. Se a mãe não tiver como oferecer esse leite, a gente tem que avaliar caso a caso qual seria o substituto ideal”, explica a médica.

Doação

A pediatra Tatiana Vieira esclarece ainda que a doação do leite é um processo simples. “Em Feira de Santana nós temos dois bancos de leite, um deles fica no Hospital Geral Clériston Andrade, que também é um centro de referência para o aleitamento materno, o outro fica no Hospital da Mulher. Os dois têm projetos de doações de leite, o HGCA faz coleta em domicílio, o Hospital da Mulher tem postos de coleta em toda a cidade”, informou. 

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade