Daniela Cardoso e Ney Silva
Pacientes que são atendidas na residência terapêutica da Rua Bruxelas, no bairro Santa Mônica, não estão tendo a atenção devida. A afirmação é de uma moradora que reside em uma casa vizinha à unidade de saúde mantida pela Prefeitura de Feira de Santana. A dona de casa, que pediu para não ser identificada, relata o que tem observado na residência terapêutica.
“Estamos indignados, pois as doentes mentais ficam despidas e a residência é vizinha a um bar, que nos fins de semana fica cheio de homens. Um dia desses a vizinha verificou que até formigas nas partes íntimas elas tinham. O almoço não tem hora para chegar, tem dias que elas não tomam café da manhã. Além disso, elas ficam nuas no sol constantemente”, disse.
Ainda segundo o relato da moradora, os doentes dormem sozinhos e muitas vezes durante a noite, eles gritam e xingam. Ela afirma que os moradores vizinhos estão se sentindo incomodados. “Um dia ficaremos idosos e não aguentamos ver essa situação. Não estão cuidado deles da maneira adequada”, afirmou.
A coordenadora da Rede de Saúde Mental da Prefeitura, Robervânia Cunha, reconhece que houve falha de uma orientadora, que teria atrasado ao serviço nesta segunda-feira (4). Mas, de acordo com ela, o atendimento aos pacientes é bom nessas unidades de saúde.
“Ontem houve um atraso na chegada da cuidadora da residência terapêutica. As cuidadoras são responsáveis pelo cuidado pessoal, a higiene e os internos recebem três refeições por dia, que são dadas pelo município, mas eles recebem aposentadoria e quando querem algo diferente, eles vão ao supermercado para fazer compras. A medicação é entregue três vezes ao dia com a presença da cuidadora e a noite temos o carro da medicação com uma equipe técnica do Caps 3, que vai em todas as residências”, afirmou.
Segundo Robervânia, os moradores das residências terapêuticas são egressos de hospitais psiquiátricos e que essas pessoas, apesar de ter transtorno mental, tem certa autonomia. Segundo ela, por essa razão, não é necessário que as cuidadoras fiquem 24 horas acompanhando os internos.