Daniela Cardoso
Foi criada uma comissão de sindicância para apurar os fatos ocorridos durante o plantão em que uma mulher deu à luz na recepção do Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher – HM) em Feira de Santana. A comissão será constituída pelos doutores Márcia Sueli Silva do Amaral e João Alberto Dias Galvão, por Alexandra Queiroz e Marly de Almeida Nobre da Silva. A presidência será exercida por Márcia Sueli Silva do Amaral.
Leia também
Mulher dá à luz em recepção de hospital de Feira de Santana
A dona de casa Michelle Dias de Souza, 22 anos, residente no bairro Calumbi, chegou em trabalho de parto à unidade hospitalar por volta das 21h50 de quinta-feira (29). Minutos depois, quando aguardava atendimento em um sofá do HM, teve a criança. A diretora do hospital, Charline Portugal, confirma a situação, mas afirmou que não houve negligência médica.
Hospitais da região devem ajudar
Sobre a situação da falta de vagas nos hospitais de Feira de Santana para as mulheres grávidas, o vereador Justiniano França, afirmou que os hospitais da região devem ajudar. Segundo ele, a secretaria estadual de Saúde, como ente maior, deveria fazer um trabalho de conscientização, já que, ainda conforme o vereador, apesar das cidades possuírem hospitais, o atendimento para partos não é realizado.
“Tem aumentado o número de parturientes e diminuindo o número de leitos. A gente precisa refletir um pouco. Feira faz uma grande quantidade de partos da região que tem hospitais, mas não estão fazendo parto. A gente já viu ambulância deixar paciente próximo ao Hospital da Mulher, a parturiente ir andando e a ambulância ir embora. Os hospitais dessas regiões precisam fazer, pelo menos, os partos normais para que o Hospital da Mulher não fique sobrecarregado. As cidades vizinhas precisam ajudar”, salientou.
Relato de uma gestante que não conseguiu atendimento
Magda Silva Santos, que está grávida de oito meses, necessitou de ser atendida no Hospital da Mulher, mas não conseguiu. Ela conta que ainda passou pelo Hospital Geral Clériston Andrade e pela maternidade Materday, mas voltou pra casa sem atendimento.
“Estou gestante e no dia 14 desse mês, passei mal durante a noite. Fui ao Hospital da Mulher procurei atendimento e não consegui. Fui ao Clériston e também não consegui. Me disseram que eu teria que ir para o Hospital da Mulher ou Materday. Na Materdey também não consegui e as dores só aumentavam. Voltei ao Hospital da Mulher e foi muito complicado. Não consegui atendimento em lugar nenhum e tive que voltar pra casa com as dores”, relatou.
Após todos os transtornos, Magda conta que retornou ao Hospital da Mulher no dia seguinte e assistiu uma mulher tendo bebê na recepção do hospital. Ela por sua vez, novamente foi para casa sem ser atendida.