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Feira de Santana
Laudo inocenta babá acusada de agredir bebê que teve morte encefálica
Segundo o laudo do DPT, o bebê morreu vÃtima de um traumatismo cranioencefálico, provocado pela queda de uma cama e não pelas agressões, que já foram admitidas pela babá.
Daniela Cardoso
A babá Geane Oliveira Santos, acusada de agredir um bebê de um ano e um mês de idade em Feira de Santana, não teve responsabilidade na morte da criança, segundo informou a delegada Letícia César Marinho Alaô, após análise de laudos médicos e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Segundo o laudo do DPT, o bebê morreu vítima de um traumatismo cranioencefálico, provocado pela queda de uma cama e não pelas agressões, que já foram admitidas pela babá. A morte encefálica do bebê foi confirmada no dia 5 de abril.
No dia 28 de março, a mãe, Viviane Pereira Freitas, levou a criança para um posto de saúde no conjunto Feira X e sem seguida para o Hospital da Criança, com a afirmação de que a criança teria caído de uma cama. Segundo a delegada na delegacia, já no dia 31 de março, ela omitiu esse fato, informando apenas sobre as agressões da babá.
“Quando a criança deu entrada no Hospital Estadual da Criança, com a notícia de queda de cama, encontramos algumas contradições. O pai que estaria no momento da queda, em momento nenhum narrou nada. Ele não disse as condições físicas que foram observadas na criança. O relato foi apenas da mãe. Durante as investigações, encontramos várias lacunas por conta de omissões da mãe da criança”, afirmou Letícia Alaô.
Ainda segundo relato da delegada, o exame realizado nos órgãos internos e na parte óssea da criança, mostrou que todos os órgãos estavam íntegros, o que não indicava a existência de espancamento na menor.
“Eu me prendi muito ao laudo, mesmo antes do cadavérico. O médico que fez os exames detalhou tudo o que viu. Ele foi claro ao dizer no laudo que os relatórios médicos mostravam que o pescoço da criança estava livre. Não havia registro de lesão corporal na área do pescoço. A mãe disse de forma veemente que a babá teria tentando estrangular a menina”, relatou Letícia Alaô.
Diante dos resultados dos laudos, a delegada informou que o indiciamento da babá será apenas por maus tratos. “O laudo constatou que não houve espancamento e o depoimento do médico do posto do Feira X, que atendeu primeiramente a criança, afirmou que ela não estava inconsciente. Então parece que houve uma evolução do quadro. Nós chegamos ao entendimento que a criança morreu de traumatismo cranioencefálico devido a queda da cama, então a babá será indiciada apenas por maus tratos”, destacou.
Quanto aos pais da criança, a delegada Letícia Alaô, disse que não quer se precipitar, mas afirmou que a mãe do bebê, Viviane Pereira Freitas, de certo modo, cometeu um crime. “Esse crime está relacionado ao óbito da criança, que é o crime de denunciação caluniosa. O Ministério Público pode fazer a devolução dos autos para apurar os motivos pelos quais ela não relatou a queda da cama na delegacia. Ela só falou em espancamento. No decorrer das investigações é que chegamos até a informação sobre a queda”, finalizou.
As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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