Daniela Cardoso e Ney Silva
Há quase dois meses em greve por tempo indeterminado, servidores da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) estão realizando nesta segunda e terça, assembleias regionais com o objetivo de avaliar a proposta do governo estadual de parcelamento referente a três dissídios coletivos (ações ajuizadas no Tribunal para solucionar conflitos entre as partes).
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área Agrícola do Estado da Bahia, Reinaldo Freitas Sobrinho, os servidores estão em greve desde o último dia 24 de março, em decorrência de um processo de negociação, que vem desde o ano de 2007, quando o governo do estado assinou um acordo, que daria um reajuste referente aos dissídios, cujo percentual era de 30%, e que em 60 dias efetuaria todo o pagamento. Mas segundo o sindicalista, o pagamento até hoje não foi efetuado.
“Estamos tentando negociar com o governo e no dia 24 de março a classe não aguentou mais as protelações feitas pelo governo e decretou greve”, disse Reinaldo. Ele informou ainda que na semana passada, quando a greve completou 50 dias, o governo chamou a direção do sindicato para apresentar uma proposta.
De acordo com Reinaldo, o governo propõe pagar 20% do valor devido, referente aos dissídios. Segundo ele, o valor integral dos dissídios é de 308 milhões de reais. Nesse caso, os trabalhadores aceitaram o percentual acima citado, o que daria 63 milhões, mas mesmo assim, explica o sindicalista, o governo quer parcelar em 80 vezes. “Ainda tentamos sensibilizar o governo para modificar essa proposta, mas ele se mantém irredutível, por isso estamos realizando assembleias, em todo o estado da Bahia, para saber se os trabalhadores aceitam ou não a proposta”, afirmou.
