A menos de um mês da abertura da Copa do Mundo, o protesto contra a realização do Mundial no País tomou conta das ruas do centro de Salvador na quinta-feira (15). Os manifestantes saíram em passeata em direção à Arena Fonte Nova.
A concentração começou na Praça da Piedade por volta das 16h, com cerca de 60 pessoas. De lá, seguiram pela avenida Joana Angélica, acompanhando um minitrio, enquanto gritavam palavras de ordem como "Copa sem povo estou na rua de novo".
A avenida ficou bloqueada e lojistas fecharam as portas com medo de depredação. O grupo foi contido no campo da Pólvora, por barreiras de policiais militares. Os manifestantes pretendiam colocar cruzes de madeira e velas em frente à arena, em lembrança aos operários que morreram na construção dos estádios brasileiros onde ocorrerão os jogos do mundial.
Black Bloc
Integrantes dos Black Bloc se concentraram em frente às barreiras da PM, no Campo da Pólvora, mas, em menor número, recuaram. Por volta das 20h, o trânsito foi liberado. De acordo com o Coronel da PM Paulo Bonfim, aproximadamente 100 homens fizeram o policiamento.
"Eles estão impedindo o nosso direito de se manifestar, previsto na Constituição", disse Frankin Oliveira, coordenador do Intersindical. Segundo ele, a central sindical também luta contra a aplicação incorreta de recursos do governo e a elitização do evento esportivo.
"Serão R$ 30 bilhões investidos e o que vai ficar de legado da Copa? Nada. Das obras de mobilidade previstas, quase nenhuma ficou pronta, no entanto, a Fifa vai faturar milhões. A classe trabalhadora sequer vai poder pagar os ingressos caros dos jogos", disse.
A manifestação foi convocada pelo Comitê Popular da Copa, Intersindical, Conlutas, Movimento Sem-Teto, Atitude Quilombola e o Círculo Palmarino. O grupo pretende fazer uma novo ato no dia 12 de junho, durante a abertura do evento. As informações são do Correio.