Risco em longas viagens ficar horas sentado pode piorar dores crônicas, alerta anestesiologista | Foto: Reprodução/ Assessoria de Imprensa
Risco em longas viagens ficar horas sentado pode piorar dores crônicas, alerta anestesiologista | Foto: Reprodução/ Assessoria de Imprensa

Com a chegada do fim de ano, cresce a expectativa pelas férias e por longas viagens, seja de carro, ônibus ou avião. Para grande parte das pessoas, são momentos de lazer e descanso. Mas para quem convive com dor crônica, essas jornadas podem representar um risco silencioso à saúde.

Segundo estudos recentes, a dor crônica acomete uma parcela significativa da população brasileira: estimativas apontam que entre 35,7 % dos adultos e 47,3 % dos idosos relatam dores persistentes por três meses ou mais, segundo publicação do Portal de Revistas da USP e indexações do PubMed. Em outro levantamento, a prevalência nacional variou de 23,0 % a 76,1 %, com média de 45,6 %, sendo mais frequente entre mulheres, conforme dados divulgados pela revista científica Periodikos. Já entre brasileiros com mais de 50 anos, cerca de 37% convivem com dor crônica, de acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde no portal gov.br, um dado especialmente relevante diante do envelhecimento da população brasileira.

Para a médica anestesista e especialista em intervenção da dor, Francianne Dourado, credenciada à rede Vida Nobre, esse cenário exige atenção, especialmente agora, com o aumento das viagens de fim de ano.

Risco em longas viagens ficar horas sentado pode piorar dores crônicas, alerta anestesiologista | Foto: Reprodução/ Assessoria de Imprensa
Risco em longas viagens ficar horas sentado pode piorar dores crônicas, alerta anestesiologista | Foto: Reprodução/ Assessoria de Imprensa

“Quando ficamos horas sentados sem poder nos movimentar, como em carros ou aviões, a musculatura da coluna e das pernas, muitas vezes já sensibilizada, sofre pressão, rigidez e comprometimento do fluxo sanguíneo. Isso pode agravar dores e até precipitar crises agudas”, alerta a médica.

Ela enfatiza que o risco aumenta quando há restrição para ir ao banheiro, permanência prolongada na mesma posição e acúmulo de tensões, fatores comuns em viagens longas.

“Para quem já tem dor crônica, o desconforto não é temporário, a rigidez pode persistir por horas ou dias, tornando o que seria uma viagem de lazer em fonte de sofrimento e limitação”, completa Francianne.

Por isso, a especialista recomenda medidas práticas antes e durante a viagem:

  • Fazer pausas regulares, a cada 1h30 ou 2h, se possível, para levantar, alongar pernas e costas e caminhar.
  • Manter postura adequada e utilizar apoio lombar.
  • Garantir hidratação e realizar pequenos movimentos mesmo sentado.
  • Planejar paradas em viagens de carro e, quando for de ônibus ou avião, escolher assentos com mais espaço, se possível.

“Viajar deve continuar sendo sinônimo de descanso e alegria, não de dor. Com planejamento e pequenos cuidados, podemos reduzir bastante o impacto sobre o corpo”, afirma a especialista.

Diante da alta prevalência da dor crônica no Brasil, especialmente entre idosos e mulheres, o alerta de Francianne Dourado é um importante reforço para a conscientização nesse período do ano. Afinal, cada viagem deve marcar o início de boas memórias, não de crises de dor.

Dicas para viajar com mais conforto – Mesmo com dor crônica

✅ Faça pausas programadas:
Se estiver de carro, pare a cada 1h30 para caminhar. Em aviões ou ônibus, levante-se sempre que possível.

✅ Alongue-se regularmente:
Estique os braços, pernas e movimente os ombros mesmo sentado. Isso ajuda a ativar a circulação.

✅ Use apoio lombar:
Leve uma almofada ou uma toalha enrolada para manter a postura correta.

✅ Hidrate-se bem:
A água melhora a circulação e reduz tensões musculares.

✅ Escolha roupas confortáveis:
Tecidos leves e sem apertos ajudam o corpo a manter-se relaxado durante a viagem.

✅ Medicação em dia:
Se você usa medicamentos para dor, leve-os na bagagem de mão e siga as orientações médicas.

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