Márcio Rocha Santos
Márcio Rocha Santos, de 32 anos

Um presidiário do Conjunto Penal de Feira de Santana é apontado pela Polícia Civil como o mandante do assassinato do açougueiro Márcio Rocha Matos, de 32 anos, morto a tiros na noite do último domingo (28), no conjunto Fraternidade, no bairro Tomba. A informação foi confirmada pelo delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios (DH), durante entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo o delegado, o crime ocorreu por volta das 19h, na Rua 31, nas proximidades da Praça da Fraternidade. A vítima foi atraída até o local e executada com vários disparos de arma de fogo calibre .380.

“Nessa ação foram dois indivíduos que o executaram. Esses dois indivíduos estavam em duas bicicletas. Então, certamente, atraíram a vítima para aquele local e a vítima ao chegar, eles aproveitaram a oportunidade e executaram.”

Durante a ação criminosa, um dos envolvidos filmou o assassinato. O vídeo que chegou a circular nas redes sociais, segundo a polícia, ajudou a avançar nas investigações. O delegado explicou que quem fez a gravação é um menor de idade, que também participou do crime.

“Ele filmou, e na filmagem ele fala que era para ter morrido mesmo, que a vítima estava vendendo droga na área de um traficante.”

Ainda de acordo com Gustavo Coutinho, o suposto traficante citado no vídeo já foi identificado e está preso.

“Inclusive, esse traficante que encontra-se no presídio regional de Feira de Santana também já foi identificado. Então as investigações estão bastante avançadas. Já identificamos todos os envolvidos e agora vou representar e aguardar que a justiça decrete a prisão.”

Questionado sobre o mandante do crime, o delegado confirmou que a ordem partiu de dentro do sistema prisional. Ele destacou a ousadia dos criminosos e a facilidade com que líderes de facções operam de dentro das unidades penais.

Gustavo Coutinho
Delegado da DH, Gustavo Coutinho | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Com certeza, todos os líderes dessas facções ou estão no presídio, um local onde eles têm segurança, pode fazer o que quiser e nada acontece contra eles ou estar em outro estado, geralmente no Rio de Janeiro, em São Paulo. Em Feira é difícil um líder permanecer aqui porque a polícia sabe onde está vai atrás e acaba prendendo ou ele acaba morrendo em uma troca de tiros.”

Sobre a motivação, a polícia ainda apura se a vítima realmente tinha envolvimento com o tráfico de drogas ou se é apenas uma justificativa dos executores.

“Nós vamos investigar para saber se a filmagem condiz com a realidade dos fatos. Se realmente a vítima estava ali para vender drogas ou não. Mas na filmagem, a pessoa que filmou falou isso, né? Cabe agora à Delegacia de Homicídios apurar, investigar tudo.”

O delegado reforçou que a autoria e a materialidade do crime já foram identificadas, restando agora o avanço do processo de investigação para cobrar da justiça uma ação mais rápida.

Gustavo Coutinho também comentou sobre a ousadia do jovem ao filmar a execução e ainda divulgar o vídeo.

“É um menor de idade. Ele, por fazer aquilo, ele se acha que se empodera, que é poder, em relação a isso, mas é um preço muito alto. Ele vai permanecer um tempo grande em sua vida aí, internado. E acho que não compensa, o crime não compensa”, alertou Gustavo Coutinho.

A Delegacia de Homicídios segue com as investigações e deve representar pela prisão preventiva dos envolvidos nos próximos dias.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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