Laiane Cruz

Na última semana, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia, demitiu 500 funcionários. A demissão em massa foi a primeira grande medida da gestão do atual presidente, Carlos Gilberto Faria, que atingiu todos os setores da instituição, como o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o IEL (Instituto Euvaldo Lodi). Em Feira de Santana foram cerca de 50 trabalhadores demitidos, dos quais aproximadamente 30 pertenciam ao Senai.


 

Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta sexta-feira (1º), data em que coincidentemente se comemora o Dia do Trabalhador, o vice-presidente da Fieb, Edison Virgínio Nogueira, afirmou que as demissões ocorreram devido a um processo de ajuste nas contas da federação, que aumentou em 10% a folha de pessoal em 2013, ao mesmo tempo em que sofreu com a diminuição da receita, em comparação com 2012.
 
“Foi feito um estudo, que constatou excesso de pessoal. Por isso, nós estamos ajustando, modificando algumas superintendências, colocando gerentes, para podermos diminuir o custo, e gerar economia. Essa economia, que está sendo gerada, é para podermos aplicar em escolas. E não temos como fazer uma boa gestão administrando excesso de pessoal”, declarou o vice-presidente.
 
Ainda segundo Nogueira, outro fator que contribuiu para o corte orçamentário foi o atraso de três meses nos repasses do Pronatec, programa do Governo Federal que transfere recursos às federações e prefeituras para montar fábricas-escolas. “Tivemos alguns meses de atraso, chegando a 45 milhões. Isso afetou o caixa do Senai e nós tivemos que tomar algumas medidas”, afirmou.
 
Medidas preventivas
 
Apesar do esforço da Fieb em reduzir despesas, Edsison Nogueira afirma que ainda não é possível falar em crise financeira, e confirmou o fato de o ex-presidente da federação José de Freitas Mascarenhas ter deixado a instituição com saldo positivo de mais de R$ 204,8 milhões, sem pagamentos em atraso. Mas, ponderou que os cortes na folha de pagamento já estavam previstos para que não se chegasse a esse ponto.
 
“Ninguém falou até agora em crise na Fieb. No entanto, tem saldo no Sesi, mas não tem saldo no Senai. Existe uma responsabilidade que não permite pegar recursos do Sesi e jogar no Senai. É esse o grande questionamento. Com o atraso que houve do Pronatec, fizemos esses ajustes justamente para não chegar em crise. Qualquer gestor prudente faria o que nós estamos fazendo”, relatou.

Escola modelo
 
Entre as alegações do vice-presidente da Fieb, para o ajuste no orçamento está a implantação de novas escolas da federação em diversas cidades da Bahia, a exemplo de Feira de Santana.
 
“Feira de Santana está sendo contemplada com uma escola modelo, de ensino totalmente gratuito, e isso só é possível se nós fizermos uma gestão de excelência. Já estamos com recursos garantidos de 20 milhões de reais para imediato. É para os filhos dos industriários. Será ensino médio integrado com o Senai, o aluno já sai também com ensino técnico. Estamos tentando negociar com o estado uma área, o prefeito também está se empenhando”, finalizou.