Brasil

Mãe morre depois de interromper quimioterapia para salvar bebê

Mulher de 27 anos não resistiu às complicações; bebê está em UTI

Acorda Cidade
 
Uma mulher de 27 anos morreu este mês depois de abandonar a quimioterapia ao descobrir que estava grávida. Patrícia Alves Cabrera morreu uma semana depois de uma cesariana de emergência, em 14 de abril. O bebê nasceu com 6 meses e está internado na UTI Neonatal de Araraquara (SP), segundo o G1. Já Patrícia, fragilizada, acabou não resistindo.
 
Familiares e amigos do pequeno Arthur fazem uma campanha para ajudar a arcar com as despesas médicas, de cerca de R$ 30 mil por semana.
 
Patrícia fazia tratamento contra um câncer de mama quando descobriu a gravidez. Depois de conversar com os médicos, a funcionária pública decidiu deixar de fazer o tratamento por quimioterapia para tentar preservar o bebê. A doença foi descoberta por Patrícia durante um autoexame em 2012. Pouco depois, ela recebeu o diagnóstico de câncer de mama.
 
Em julho de 2013, ela conheceu Felipe Padovani, com quem acabou casando. Ele é garçom no bar em que os dois se encontraram pela primeira vez. "Uma das vezes em que ela foi lá, trocamos olhares e uma amiga dela colocou um papel no meu bolso com um beijo dela. Aí trocamos telefones, começamos a nos ver e depois a namorar", lembra Padovani.
 
Patrícia sonhava em casar e ter filhos, mas achava que por conta da doença não conseguiria mais realizar os desejos. "Os médicos já tinham avisado que ela não poderia engravidar", conta o marido. Ao descobrir a gravidez, Patrícia ficou feliz. "Em nenhum momento passou pela cabeça dela interromper a gestação, mesmo com todos os riscos", diz o marido.
 
Em dezembro, foi confirmado que Patrícia esperava o filho. Patrícia e Padovani começaram a organizar o casamento, realizado em março.
 
Piora
No início da gestação Patrícia era monitorada constantemente. Ela fazia acompanhamento com médicos particulares e do Programa Saúde da Mulher de Araraquara, além de frequentar o Hospital do Câncer, em Barretos, duas vezes por mês. Depois de um início tranquilo, ela apresentou uma piora e foi internada no Hospital São Paulo – segundo amigos, única unidade de saúde que teria condições de oferecer recursos tanto para a mãe quanto para o bebê.
 
De 6 meses, Arthur nasceu com poucas chances de sobreviver. Ele segue internado na UTI do hospital e a família tem medo de transferi-lo para uma unidade pública de saúde por conta de seu estado delicado.
 
Patrícia ainda foi transferida para o Hospital do Câncer em Barretos, mas, com o fígado também comprometido a esta altura, acabou morrendo. A amiga de Patrícia, Andrea, diz que todos têm esperança na sobrevivência de Arthur. "Ele é um guerreiro, persistente e está se superando igual à mãe dele. Patrícia foi um anjo na terra que veio nos ensinar o que é vontade de viver", se emociona.
 
Despesas
Até o momento, as despesas já passam dos R$ 30 mil e, como Arthur deve ficar na UTI por no mínimo mais 2 meses, o custo seria de quase R$ 290 mil. Padovani não tem condições de pagar essa conta e tenta, com uma campanha no Facebook, levantar uma parte do valor. Clique aqui para acessar a página.
 
Amigas de Patricia criaram a página no Facebook para ajudar. "A evolução dele é diária, mas mesmo assim o risco ainda é muito alto. O Arthur hoje é o nosso anjo, o pedacinho dela que ficou para a gente poder lembrar dela com muito carinho e ensinar tudo o que a mãe dele deixou de lição pra gente", diz o pai.
 
Padovani também divulga seu telefone para quem quiser ajudar o bebê: (16) 99721-6005. As informações são do Correio.