
O Tribunal de Justiça da Bahia acatou integralmente o pedido do Ministério Público estadual (MPBA) e decretou a prisão preventiva de oito investigados pela Operação Sinete, deflagrada para combater um esquema de grilagem de terras, lavagem de dinheiro e corrupção em Feira de Santana e municípios da região, focado na usurpação de imóveis e intimidação de vítimas. O grupo foi desarticulado no último dia 26 de novembro, quando foram cumpridos 47 mandados de busca e apreensão e os oito mandados de prisão temporária.
Com a decisão desta quinta-feira (4), estes oito investigados ficarão presos por tempo indeterminado no Conjunto Penal de Feira de Santana. Além disso, outros três investigados passarão a usar tornozeleiras eletrônicas: duas delegatárias (titulares de cartórios extrajudiciais) e um advogado.
Contra outros dez foram adotadas medidas cautelares adversas à prisão, ou seja, terão que se apresentar no Fórum Desembargador Filinto Bastos de forma periódica para informar e justificar atividades, estão impedidos de sair da cidade em um período de quinze dias, não podem ter contato com testemunhas e demais investigados e estão proibidos de comparecer em cartórios extrajudiciais.
A decisão também determina que um outro investigado, que atua como corretor de imóveis, suspenda a atividade e um outro advogado fique proibido de exercer atos privativos da advocacia.
Presos preventivamente:
Conforme consta na decisão a qual o portal Acorda Cidade teve acesso, ficarão presos preventivamente:
- Arnaldo Novais de Melo
- Geraldo Bispo Ferreira
- Oyama de Figueiredo
- Luanda Cajado de Figueiredo Carvalho
- Lívia Cajado de Figueiredo Cosmo
- Pedro Henrique dos Reis Figueiredo
- José Marlos Viana da Silva e
- Vanderlino Oliveira Evangelista.
Seis investigados foram afastados das funções públicas que exerciam como agentes de segurança e servidores de cartórios. Entre eles estão dois policiais militares, as duas delegatárias (titulares de cartórios) que usarão tornozeleira, um investigador da Polícia Civil e um advogado.
Entenda o esquema
Conforme divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público, as apurações conduzidas no âmbito do inquérito instaurado pela Polícia Civil, através do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) identificaram uma estrutura formada por servidores de cartórios de registro de imóveis, empresários, advogados, corretores de imóveis e agentes de segurança pública.
O conjunto probatório aponta para um sistema de falsificação e manipulação de documentos públicos e judiciais, com uso indevido de procurações, certidões e decisões judiciais para apropriação clandestina de propriedades. Em alguns casos, houve emprego de coação, violência e porte irregular de arma de fogo.
A investigação avançou a partir de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, análises financeiras, diligências de campo e correições administrativas, o que permitiu reunir elementos suficientes para o deferimento das medidas. Também foi determinado o afastamento cautelar de servidores públicos suspeitos de participação no esquema.
A operação contou com o apoio da Força Correcional Especial Integrada (Force), da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, da Corregedoria da Polícia Civil da Bahia e da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça da Bahia.
As medidas foram executadas de forma simultânea, garantindo a preservação das provas e a segurança dos agentes. As investigações seguem para delimitar responsabilidades, identificar possíveis novos envolvidos e localizar o oitavo investigado com mandado de prisão expedido.
Durante as diligências no dia 26 de novembro, foram apreendidos doze carros, duas motocicletas, dinheiro em espécie, joias e diversos documentos. O sequestro judicial de valores e bens também foi determinado, com bloqueio autorizado de até R$ 6 milhões por CPF e R$ 60 milhões por CNPJ dos investigados.
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