Dom Itamar Vian é homenageado pela Academia Feirense de Letras durante missa no Santuário Senhor dos Passos

O Arcebispo Emérito de Feira de Santana, Dom Itamar Vian, foi homenageado pela Academia Feirense de Letras nesta quinta-feira (27), durante a missa de Ação de Graças realizada no Santuário Senhor dos Passos, localizada no centro da cidade.

Dom Itamar é membro da academia, e conforme explica o médico João Batista, presidente da entidade, o arcebispo tornou-se figura representativa em Feira de Santana.

“É um reconhecimento da Academia Feirense de Letras à essa expressiva figura da nossa sociedade, da igreja, que é Dom Itamar Vian. Dom Itamar é um abençoado em Feira de Santana, fez muito por essa terra, continua fazendo. Todos nós conhecemos a grandiosidade da obra de Dom Itamar na Igreja Católica, recebeu como diocese, hoje é um arquidiocese, estruturou essa arquidiocese.”

O Arcebispo já publicou 31 livros. O gesto de gratidão, reforça a contribuição positiva que Dom Itamar doou em sua atuação religiosa, acadêmica, e na comunidade.

O professor Luciano Ribeiro, também membro da Academia Feirense de Letras destacou a importância da homenagem ser prestada no Santuário, local de grande importância, onde as raízes do Arcebispo geraram frutos sociais.

“Eu achei muito significativo, que essa homenagem foi feita aqui no Santuário Senhor dos Passos durante uma celebração eucarística, porque Dom Itamar, antes de ele ser um grande escritor, antes de ele ser uma pessoa realmente intelectual ligado às letras, é sobretudo um bom pastor. Claro que ele incorporou a vida dele, o estudo, as leis teológicas e as leis civis, sociais, para ser então esse grande homem que ele é.”

A homenagem acontece justamente no Dia de Ação de Graças. Em entrevista ao Acorda Cidade, Dom Itamar relatou que este é mais um motivo para agradecer a comunidade feirense que fez parte da sua trajetória.

“Quero repartir este título não somente com os membros da academia, mas com todos os feirenses e com as pessoas desta região, porque ninguém age sozinho, ninguém trabalha sozinho. Desde o nascimento até a morte, nós dependemos de outros. Qualquer título que uma pessoa receba, sempre é um título onde muitos participaram. Por isso, neste Dia Nacional de Ação de Graças, quero agradecer a Deus por todas as pessoas que estiveram ao meu lado e com estas pessoas reparto esta honraria”, celebrou.

Trajetória 

Em sua trajetória, Dom Itamar mantém seu compromisso religioso de mãos dadas com a ciência e a cultura. Característica marcante que conquistou a admiração da comunidade.

“Fé e religião, cultura e religião andam sempre juntos, como também saúde e fé. Hoje, A ciência e a religião e a cultura devem caminhar juntos, e de mãos unidas estas grandes realidades, não somente mundiais, em termos de países, mas principalmente em termos de iniciativas, devem ser as grandes prioridades de todos aqueles que governam um país, uma nação.”

Em suas obras literárias, ele busca resgatar a autoestima dos leitores através das conexões, com a natureza, com os outros, e com Deus. As mensagens positivas visam levar otimismo. 

Sobre a caminhada como escritor, Dom Itamar revela que apesar de notar a queda na adesão dos livros físicos, esse fator não o amedronta.

“A impressão que você tem é que o livro impresso está perdendo um pouco o espaço, mas o que se percebe hoje, principalmente nas feiras de livros que estão sendo realizadas em muitas cidades do Brasil, é impressionante o número de pessoas que compram livros. Portanto, o livro impresso, ainda tem seu campo. Por exemplo, quando apareceu a televisão, muitas pessoas achavam que as emissoras de rádio perderiam espaço. Não perdeu.”

Ele ressalta que um bom momento de leitura traz um sentimento que atualmente tornou-se raro de encontrar: a calmaria. Esse desacelerar é apreciado ainda por muitos leitores, e importante passo para quem já se acostumou com a agitção dos dias.

“Fala-se muito em doenças modernas. Os médicos ficam muito surpreendidos por tantas doenças que eles nunca estudaram no tempo de preparação para serem médicos. E uma dessas doenças, sem dúvida nenhuma, é a doença da pressa. Todos correm, vivem na agitação, vivem no barulho, as pessoas têm medo do silêncio. E tudo isto pode levar a muitas e muitas pessoas a fugirem realmente, da concentração, do silêncio para uma leitura mais meditativa, contemplativa.”

“Mesmo com a inteligência artificial, mesmo com os livros que são digitais, tudo isto vale a pena. São valores importantes quando sabemos utilizá-los, mas nunca será dispensada a leitura de livros impressos.”

Na ocasião, Dom Itamar direcionou agradecimentos também ao comunicador Dilton Coutinho, que conheceu há cerca de 30 anos, e manteve a relação de respeito e admiração mútua.

“Eu sou profundamente agradecido a esse grande líder, a esse grande comunicador, porque se hoje aprendi alguma coisa em comunicação, Dilton Coutinho faz parte desses meus professores, desses meus mestres”, pontuou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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