
A oitava edição da Feira de Discos de Feira de Santana movimentou, neste sábado (22), o Container Mall, reunindo apaixonados pela música, pela cultura analógica e, principalmente, pelo vinil. O evento reuniu 15 expositores de diferentes cidades da Bahia, oferecendo um acervo superior a 15 mil discos, além de espaço para trocas, vendas e orientações para novos colecionadores.

Entre os visitantes está o gerente da Embasa, Raimundo Neto, que foi ao evento acompanhado do filho, Arthur Maia Lopes, de 17 anos. Ambos são colecionadores e aproveitam a edição da feira para ampliar o acervo.
“Eu coleciono vinil desde a adolescência. Mesmo sem ter equipamento por um tempo, nunca me desfiz dos meus discos. Recentemente comprei um toca-discos novo e a vontade voltou com força”, contou Raimundo. Ele destaca que costuma procurar discos em outras cidades como Fortaleza, Belo Horizonte e São Paulo.

Arthur, embora jovem, também cultiva a paixão pelo vinil. “Sempre gostei de MPB por influência do meu pai. Antes mesmo de ter o equipamento, eu já achava legal ter os discos como decoração. Aqui na feira a variedade é maior e os preços são melhores do que na internet”, relatou.

O estudante de agronomia Felipe Lima de Souza, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), também marcou presença. Ele conta que sua relação com os discos começou com uma herança familiar.

“Achei a coleção do meu avô e dos meus pais, e isso despertou meu interesse. Meu primeiro disco foi Luz, de Djavan. Ali eu tive minha primeira grande experiência com o vinil”, disse. Hoje ele mantém a “Lima Discos”, com um acervo pessoal entre 400 e 500 itens e mais de 300 unidades levadas para comercialização na feira.

Felipe explica que os títulos mais procurados incluem raridades de rock e MPB, como Jorge Ben, Gilberto Gil, Gal Costa e bandas clássicas do rock nacional. Ele destaca ainda que o valor dos discos varia conforme a prensagem e o estado de conservação. “Pode ir de R$ 30 até mais de R$ 200, dependendo da raridade e das condições da capa e do vinil”, afirmou.

Organizador do evento, o técnico em Química Ivanilton Neves Coelho, conhecido como Coelho, afirma que a feira surgiu como uma forma de reunir colecionadores e manter viva a cultura do vinil.

“Queríamos um espaço para dialogar sobre música e compartilhar esse universo. Hoje vemos um público muito diverso, de jovens a pessoas de mais idade, todos unidos pela paixão pela música”, explicou.

Segundo ele, o aumento do interesse pelo vinil tem relação com um movimento de contracultura aos serviços de streaming. “No streaming você paga, mas não é dono da obra. O vinil é o oposto: você adquire algo que é seu. É uma experiência única”, destacou.

A feira funciona de forma colaborativa entre expositores e lojistas do Container Mall. Além das vendas, o evento também oferece espaço para trocas e orientações para quem deseja iniciar uma coleção.

“Aqui é o lugar ideal tanto para colecionadores experientes quanto para quem está começando. A música aproxima todos”, completou Coelho.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e grupo de Telegram.