Decisão que proíbe cropped e legging para frentistas expõe abuso e violência de gênero no trabalho
Foto: Sinpospetro-PE | Reprodução/g1

O Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba) informou que tem recebido relatos de frentistas submetidas a exigências de uso de uniformes considerados inadequados em diferentes cidades do estado. Segundo a secretária de Comunicação e Formação da entidade, Lucineide Sampaio, situações semelhantes às registradas em Recife já foram identificadas no estado, e entre as cidade está Feira de Santana.

“Aqui na Bahia, inclusive, em Feira de Santana, o sindicato já presenciou e recebeu relatos de trabalhadoras com exigência de utilização de uniformes inadequados”, afirmou.

O debate ocorre após decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), em Recife, que proibiu um posto de combustíveis de exigir que funcionárias utilizassem cropped e calça legging como uniforme. A determinação foi tomada após denúncia ao sindicato local, que relatou que a vestimenta expunha o corpo das frentistas de forma desnecessária. O posto foi proibido de manter a prática e está sujeito a multa diária de R$ 500 por trabalhadora caso descumpra a medida.

Lucineide explicou em entrevista ao portal Acorda Cidade, que o sindicato intervém sempre que identifica ou recebe denúncias desse tipo. “Nós orientamos, dialogamos com os empregadores e cobramos respeito à dignidade de quem trabalha”, disse. Ela acrescenta que a entidade já enviou orientações formais aos proprietários de postos reforçando que o uniforme “não pode expor e nem sexualizar o corpo da trabalhadora”.

Segundo a dirigente, o Sinposba irá ampliar as ações de fiscalização. “Segurança e respeito têm que vir em primeiro lugar. Com a repercussão nacional desse caso, o sindicato vai intensificar a fiscalização e a visita aos postos na Bahia para garantir que situações assim não se repitam”, afirmou. Trabalhadoras que se sintam constrangidas por imposições de vestimenta são orientadas a procurar imediatamente o sindicato. “Estamos prontos para orientar, acolher e tomar as medidas necessárias”, completou.

Para o Sinposba, o acompanhamento permanente é essencial para assegurar condições de trabalho adequadas. “O nosso compromisso é com respeito, segurança e dignidade no ambiente de trabalho”, afirmou Lucineide ao Acorda Cidade.

Com informações da jornalista Daniela Cardoso do Acorda Cidade

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