
A Fundação Argemira de Oliveira e o Ilê Asé Labafun realizaram, no último dia 16 de novembro, a Festa do Caboclo Boiadeiro, no bairro Limoeiro, em Feira de Santana. O evento ocorreu das 14h às 19h e reuniu membros da comunidade, representantes de casas de axé e interessados na cultura afro-brasileira. A celebração integrou a programação do Novembro Negro, mês dedicado ao fortalecimento das ações de valorização da cultura, da memória e da resistência do povo negro.
A programação contou com cânticos, rituais e homenagens, destacando a presença e a força dos caboclos — entidades fundamentais nas tradições afro-indígenas e das religiões de matriz africana. Durante a festa, foram reverenciados diversos caboclos, entre eles: Mata Escura, Boiadeiro, Juremeiro, Pedra Preta, Tupinambá, Sultão das Matas, além de outras entidades cultuadas pelas casas de axé.
Para o babalorixá Jurandir Ribeiro, líder espiritual do Ilê Asé Labafun, o encontro reafirma o respeito a essas entidades.
“O Caboclo Boiadeiro é força, coragem e proteção. Celebrar essa entidade é honrar nossos ancestrais e manter viva uma tradição que ensina respeito à natureza, ao povo e ao sagrado”, afirmou.
A secretária da Fundação Argemira de Oliveira e ekedi do Ilê Asé Labafun, Taylane Conceição, destacou o papel cultural da iniciativa.
“Esta celebração reforça nossa identidade e abre espaço para que mais pessoas conheçam a riqueza das casas de axé. É um dia para fortalecer vínculos e valorizar a nossa cultura”, disse.

Para Eutalia Bastos, presidente da Fundação Argemira de Oliveira, o evento também cumpre uma função social importante.
“A Fundação tem o compromisso de preservar a memória de dona Argemira e de apoiar ações que promovam inclusão, respeito e valorização das tradições afro-brasileiras. A Festa do Caboclo Boiadeiro é um marco nesse trabalho”, pontuou.
Participante da organização, Maria Oliveira ressaltou o impacto simbólico da atividade.
“É uma alegria fazer parte de um momento tão especial. A festa é um convite para que todos sintam a energia do Caboclo Boiadeiro e compartilhem desta tradição tão bonita”, declarou.
Simpatizante das religiões de matriz africana, Fábio Almeida avaliou o evento como uma oportunidade de aproximação com as tradições.
“Participo sempre que posso, porque momentos como este nos ajudam a entender a importância dos caboclos e a respeitar ainda mais o legado das casas de axé. A festa foi muito bonita e bem organizada”, avaliou.
O evento reuniu moradores do Limoeiro e de outros bairros da cidade, além de integrantes de diferentes terreiros da região. A programação reforçou a relevância da celebração para a preservação das tradições de matriz africana e afro-indígena, evidenciando o compromisso das instituições organizadoras com a continuidade dessas práticas no município.
A Festa do Caboclo Boiadeiro se consolida como uma das atividades culturais de destaque no calendário religioso local, contribuindo para a visibilidade dos povos de terreiro e ampliando o diálogo com a sociedade. Segundo os organizadores, novas ações devem ser promovidas com o objetivo de valorizar a memória, a espiritualidade e o patrimônio cultural ligados à ancestralidade afro-brasileira.
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