Yasmin Brunet dá visibilidade ao lipedema e encoraja mulheres a buscarem diagnóstico: “Não estou sozinha”
Yasmin Brunet | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019, o lipedema é uma doença inflamatória crônica que causa dor, inchaço e acúmulo anormal de gordura, afetando principalmente pernas, quadris e, em alguns casos, braços. Embora possa atingir até 12% das mulheres brasileiras, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o tema ainda é cercado por desinformação e negligência clínica, sendo frequentemente confundido com obesidade ou problema estético.

A modelo Yasmin Brunet, que recebeu o diagnóstico da doença, é uma das vozes que têm ajudado a ampliar o debate. “O diagnóstico representou um divisor de águas na minha vida. Eu sempre cuidei muito do meu corpo, mas não conseguia entender por que algumas dores e desconfortos persistiam. Quando finalmente descobri o que era, tudo fez sentido. Informação salva a nossa saúde e também a nossa autoestima”, afirmou Yasmin.

De acordo com um levantamento brasileiro publicado na revista Phlebology, cerca de 8,8 milhões de mulheres no país apresentam sintomas compatíveis com o lipedema. Globalmente, a Sociedade Internacional de Linfologia (ISL) estima que mais de 80% das mulheres com a doença ainda não receberam diagnóstico adequado, o que favorece o agravamento dos sintomas e o surgimento de complicações emocionais e funcionais.

Conheça alguns dos sintomas silenciosos do lipedema que podem dificultar o diagnóstico
Imagem ilustrativa – Foto: Freepik

Segundo a Dra. Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas e referência nacional no tratamento clínico do lipedema, o impacto do lipedema vai muito além da dor física. “Muitas mulheres convivem com dor constante e inchaço sem saber o motivo. Outras se sentem julgadas por não conseguirem resultados estéticos com dieta ou exercícios. O diagnóstico correto representa alívio, mas também o início de uma nova fase de autoconhecimento e acolhimento”, destaca.

Yasmin Brunet reforça esse aspecto emocional e social do diagnóstico. “Muitas mulheres convivem com dor e com julgamentos — internos e externos — sem saber que existe um diagnóstico e tratamento. Descobrir o lipedema me deu respostas, mas principalmente me mostrou que eu não estava sozinha”, disse a modelo, que passou a usar sua visibilidade para chamar atenção à importância do tema.

Para mudar esse cenário, a fisioterapeuta Dra. Mariana Milazzotto, e a enfermeira Evania Mendes idealizaram o encontro “Lipedema: Acolhimento, Saúde e Transformação”, que será realizado em São Paulo, no espaço Aflora.Co, reunindo especialistas e pacientes para discutir diagnóstico, tratamento e estratégias de bem-estar.

A programação do evento une ciência e acolhimento em uma mesma proposta. Serão realizadas palestras sobre diagnóstico e tratamento, rodas de conversa entre pacientes e especialistas, práticas de yoga terapêutica, oficinas de autocuidado com técnicas de escovação a seco e autodrenagem, além de orientação nutricional funcional voltada à redução da inflamação.

O evento também marca um movimento simbólico de encerramento do ano, convidando as participantes a fecharem o ciclo de 2025 com autocuidado e consciência corporal. “Cuidar de si mesma não é vaidade, é saúde. O movimento que começa no corpo reverbera na mente e transforma a forma como a paciente enxerga a própria história”, afirma Mariana.

O encontro será realizado em um espaço reconhecido por sua proposta de alimentação plant-based, 100% vegana e sem glúten. A escolha reforça a integração entre saúde, nutrição e bem-estar que permeia toda a iniciativa. As vagas são limitadas para garantir uma experiência intimista e transformadora.

“Quando falamos sobre o lipedema, abrimos espaço para que milhares de mulheres deixem de se sentir invisíveis. Informação salva, acolhimento transforma e o movimento coletivo é o que realmente muda a realidade”, conclui a fisioterapeuta.

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