
O diabetes, caracterizado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina no organismo, afeta mais de 13 milhões de brasileiros, o que corresponde a 6,9% da população nacional, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Para quem convive com a condição, a alimentação desempenha um papel central no controle da glicemia e na prevenção de complicações a longo prazo.
A professora do curso de Nutrição da Estácio, Alana Soares, destaca que monitorar o consumo de carboidratos é essencial para os diabéticos. “Os carboidratos são os principais responsáveis pelo aumento da glicose no sangue, por isso é importante controlar a quantidade e a qualidade desses nutrientes, distribuindo-os ao longo do dia para evitar picos glicêmicos”, explica. Essa organização na dieta, segundo ela, garante maior estabilidade dos níveis de glicose no sangue.
A nutricionista destaca que, embora comuns nas dúvidas de pacientes, as frutas não devem ser evitadas. Pelo contrário, Alana indica que “todas as frutas podem e devem fazer parte da alimentação, desde que consumidas com moderação e dentro de um planejamento nutricional adequado”. A regularidade nas refeições também é destacada como um ponto importante para o equilíbrio. “Manter os horários regulares ajuda a evitar tanto picos de glicemia quanto episódios de hipoglicemia (queda nos níveis de glicose), além de contribuir para o controle do apetite e para maior adesão ao tratamento”, informa a professora.
Alimentos para evitar e opções recomendadas
Alguns alimentos representam um risco maior para o controle glicêmico e devem ser evitados pelos diabéticos. Entre eles estão os ultraprocessados, como refrigerantes, bolos, doces, biscoitos, sucos industrializados, pães brancos e massas refinadas. Essas opções, conforme explica, elevam rapidamente os níveis de glicose no sangue, prejudicando o controle da doença.
Por outro lado, alimentos ricos em fibras e com baixo índice glicêmico são aliados no controle da glicemia. Grãos integrais, feijões, lentilhas, frutas com casca, vegetais e proteínas magras, como peixes e aves, são recomendados. “As fibras retardam a absorção da glicose, aumentam a saciedade e ajudam a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Gorduras boas, como azeite de oliva, abacate e oleaginosas, também desempenham um papel importante”. A professora ainda destaca o uso de psyllium, uma fibra em pó que contribui para retardar a absorção da glicose.
O índice glicêmico, que mede a velocidade com que um alimento eleva a glicose no sangue, é outro fator a ser considerado. De acordo com a especialista, alimentos com baixo índice glicêmico, como cereais integrais e leguminosas, proporcionam uma liberação lenta da glicose, favorecendo o controle glicêmico. Já aqueles com alto índice glicêmico, como pães refinados, doces e bebidas açucaradas, provocam elevações rápidas da glicemia e devem ser consumidos com cautela. “Um bom acompanhamento nutricional pode até permitir a inclusão de alimentos de médio ou alto índice glicêmico nas refeições, desde que combinados com estratégias específicas que ajudam a reduzir esses efeitos”, esclarece Alana.
O papel do nutricionista no controle da diabetes
O profissional nutricionista exerce um papel crucial no controle alimentar das pessoas com diabetes. Ele é responsável por elaborar um plano alimentar individualizado, respeitando as necessidades energéticas, preferências alimentares e a rotina de cada paciente. “Além de orientar sobre as escolhas alimentares e o controle de porções, o nutricionista educa o paciente a reconhecer os sinais do corpo e a adotar hábitos sustentáveis a longo prazo. Uma dieta bem estruturada ajuda a controlar o peso, melhora a sensibilidade à insulina e promove saúde cardiovascular”, ressalta a professora.
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