vereador Pedro Américo
Pedro Américo, vereador de Feira de Santana pelo Cidadania | Foto: Daniela Cardoso / Acorda Cidade

O vereador Pedro Américo (Cidadania) comentou a nota de repúdio que a APLB Sindicato emitiu após o parlamentar sugerir que a Câmara de Vereadores de Feira de Santana deveria ser transferida para o local onde hoje funciona a Biblioteca Municipal. Durante uma entrevista concedida ao programa Acorda Cidade, na manhã desta quinta-feira (13), o vereador afirmou que foi mal interpretado.

Américo explicou que sugeriu uma permuta ou espécie de troca, de modo que as sessões parlamentares passariam a acontecer no prédio da Biblioteca Municipal, na Rua Professor Germiniano Costa, e em contrapartida, o prédio histórico que hoje abriga a Câmara passaria a funcionar como biblioteca.

O vereador deixou claro que respeita a posição da APLB, não só pelo fato de também ser professor. Américo declarou que acredita que a nota surgiu por conta de um equívoco na interpretação de sua fala. Para ser didático, o parlamentar resolveu explicar o contexto que provocou a nota em três tópicos.

Biblioteca Municipal
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

1º Tópico: Respeito ao contraditório

O vereador fez questão de afirmar durante a entrevista que recebeu com tranquilidade o comunicado do sindicato que representa os professores municipais em Feira de Santana. Américo afirmou que é um democrata e sempre foi reconhecido como um defensor do diálogo. O parlamentar ainda declarou que as pessoas têm direito ao contraditório e que, no debate político, as opiniões e atos devem ser questionados.

“Eu entendo que é respeito às manifestações tanto da APLB quanto da Universidade Estadual de Feira de Santana, educadores, servidores da educação, todos eles, porque entendo que o debate público tem que ser feito. E a gente precisa respeitar as manifestações que foram colocadas”, disse Pedro.

2º Tópico: Fala fora de contexto

O segundo ponto que o parlamentar trouxe para evidenciar que a nota foi produzida de forma equivocada foi que, segundo ele, as reflexões a respeito da sugestão para mudança de endereço da Câmara foram feitas dentro de um recorte da fala dele. O vereador afirmou que a nota deu a entender que ele estava propondo fechar a Biblioteca Municipal.

“Essa discussão não foi nesse nível, não foi nessa linha. A gente tenta explicar à população de maneira muito pedagógica. O debate é muito mais amplo, porque ele busca trazer uma visão sobre os prédios públicos da cidade, sobre o uso desses prédios, que envolvem a Câmara Municipal, o Paço Municipal, o Arquivo Público Municipal e envolve também o prédio da biblioteca. Precisamos pensar no uso melhor para esses espaços, é tarefa”, disse.

“A gente precisa fazer esse debate porque a minha ideia central era a troca com a Câmara Municipal. Hoje, o prédio não comporta mais as atividades. Quem frequenta a Câmara de Vereadores vê: todas as sessões são lotadas, a gente tem uma participação grande do público, tanto durante as sessões pela manhã quanto à tarde e à noite. A gente precisa ter um espaço de salas de comissão”, complementou o vereador.

3º Tópico: Disseminação do debate

Para fechar a linha de raciocínio sobre o contexto em que recebeu a nota de repúdio da APLB, o vereador Pedro Américo explicou que é muito importante esclarecer para a população que é necessário fazer com que o debate sobre a utilização dos prédios públicos de Feira de Santana aconteça.

“No mesmo dia que a gente fez o debate na Câmara, que saiu a matéria, eu estive com o prefeito Zé Ronaldo e ele disse: ‘Pedro, você está falando de uma ideia de futuro, uma ideia de quatro, cinco, seis anos lá na frente, mas mesmo assim nós já estamos com a biblioteca para fins de inauguração. Estamos já comprando o mobiliário, a reforma já foi feita, está no ajuste fino. Nós vamos reabrir com toda a pompa para que a biblioteca volte a funcionar’. Então, a gente não vai nem sequer tratar desse debate da permuta.”

E eu disse a ele que o debate não é a permuta em si. A permuta em si é uma provocação, porque a gente precisa ter, de fato, um espaço diferenciado. Mas, mesmo que a biblioteca volte a funcionar no endereço atual, a gente precisa de uma biblioteca que atraia as pessoas, atraia a juventude, atraia os estudantes, que a sociedade possa ter ali um espaço não só de leitura, mas um espaço de cultura viva, de diálogo com a sociedade”, completou o vereador.

Nova visão de mundo

Para finalizar a entrevista, o vereador Pedro Américo aproveitou a oportunidade para demonstrar o que de fato quis provocar ao sugerir a permuta: fazer com que os prédios públicos sejam adaptados e acompanhem as novas tecnologias sociais, atraindo cada vez mais a comunidade.

“A gente precisa de uma biblioteca que atraia as pessoas, que traga as pessoas. Isso não quer dizer que a gente vai querer desfazer dos livros que existem, desfazer da memória que existe, muito pelo contrário. Quando a gente faz esse debate, a gente faz um debate dizendo o seguinte: a gente precisa de uma nova reestruturação, e essa reestruturação passa pela mudança do prédio, porque isso traz um impacto”, disse.

“Então, a gente precisa entender que o debate sobre a permuta está superado, mas não vou me furtar ao debate da gente fazer isso com diversos outros equipamentos. Vou dar um exemplo: a gente tem um Arquivo Público Municipal, que é um prédio histórico; a gente precisa cuidar daquele espaço, mas também pensar em como a população acessa ele, como a população frequenta aquele espaço”, concluiu o vereador.

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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