
Imagine uma planta que se movimenta sozinha todos os dias, como se estivesse orando antes de dormir. A Maranta, também chamada de “planta que reza”, é uma das espécies mais curiosas do mundo vegetal. Ao cair da noite, suas folhas se erguem lentamente em direção ao céu, num movimento sutil que parece uma prece silenciosa. Mas por trás desse espetáculo natural há um mecanismo biológico fascinante — e cuidar dela da forma certa é essencial para que esse ritual continue acontecendo.
Quem tem uma Maranta em casa sabe que ela parece ter personalidade própria. Durante o dia, suas folhas se abrem em busca de luz; à noite, se fecham como mãos em oração. Essa dança é conhecida como nictinastia, uma resposta natural à variação de luz e temperatura. E o mais incrível é que o movimento só se mantém quando a planta está saudável, bem hidratada e em ambiente equilibrado.
Luz e temperatura: os segredos para manter a Maranta em movimento
O primeiro passo para cuidar bem da Maranta é entender que ela é uma planta tropical de sombra. Isso significa que não tolera sol direto, pois suas folhas delicadas queimam facilmente. O ideal é colocá-la em um local com luz difusa, como próximo a janelas com cortinas finas ou sob árvores em varandas.
A temperatura também tem papel fundamental. A Maranta se desenvolve melhor entre 18°C e 28°C, longe de correntes de ar e de mudanças bruscas de clima. Ambientes muito secos ou frios fazem as folhas enrolarem e pararem de se mover. Para manter o “ritual” noturno, o ar precisa ter boa umidade — algo que pode ser garantido com um umidificador, bandeja com pedrinhas e água, ou até borrifadas leves ao redor da planta (nunca diretamente nas folhas).
Quando bem posicionada, a Maranta se torna um verdadeiro espetáculo diário: à medida que o sol se põe, ela “fecha as mãos” num gesto simbólico de descanso.
Rega e solo ideais para uma Maranta cheia de vida
A Maranta é sensível tanto à falta quanto ao excesso de água. O segredo está em manter o solo úmido, mas nunca encharcado. Use os dedos para testar a umidade: se o topo estiver seco, é hora de regar. Normalmente, duas a três regas por semana são suficientes, dependendo da estação e da umidade do ambiente.
O solo ideal deve ser leve e rico em matéria orgânica. Uma mistura de terra vegetal, fibra de coco e um pouco de areia grossa é perfeita para garantir boa drenagem. Vasos com furos no fundo são indispensáveis, já que o acúmulo de água pode causar o apodrecimento das raízes — um dos principais motivos para a planta perder o movimento característico.
Outro truque é evitar o uso de água clorada. Sempre que possível, deixe a água descansar por 24 horas antes de regar, ou use água filtrada. Isso evita manchas nas folhas e mantém a planta mais saudável.
Cuidados extras para realçar a beleza da planta que “reza”
Além do movimento, a Maranta se destaca por suas folhas desenhadas, com tons de verde, roxo e até rosa. Para preservar essas cores vibrantes, é importante limpar as folhas periodicamente com um pano úmido, removendo o pó que pode bloquear a luz.
A adubação também ajuda a manter o vigor. Use um fertilizante líquido balanceado a cada 20 dias na primavera e no verão — períodos em que a planta mais cresce. No outono e no inverno, reduza a frequência para evitar sobrecarga de nutrientes.
Outro ponto essencial é a troca de vaso a cada dois anos. A Maranta cresce em largura e precisa de espaço para se expandir. Aproveite o replantio para verificar o estado das raízes e renovar parte do substrato.
Com esses cuidados simples, você garante que o espetáculo natural da “oração” noturna continue firme e saudável, encantando quem passa por perto.
Um toque de natureza com personalidade e energia
Ter uma Maranta em casa é mais do que cultivar uma planta — é criar uma conexão diária com o ciclo da natureza. Ela ensina sobre ritmo, paciência e adaptação. Ver suas folhas se moverem à noite é um lembrete silencioso de que até o mundo vegetal precisa de pausa e equilíbrio.
Além disso, a Maranta é uma excelente opção para decoração. Suas folhas estampadas e simétricas trazem um toque de elegância tropical para qualquer ambiente interno. Em escritórios, salas e quartos, ela cria uma atmosfera viva, tranquila e levemente mística.
Quando bem cuidada, a Maranta pode viver por muitos anos, sempre repetindo seu gesto de “oração” a cada pôr do sol. É uma daquelas plantas que fazem a casa ganhar alma — e que convidam o olhar para desacelerar.