Neste domingo (9), aconteceu em Feira de Santana a terceira edição da Caminhada do Amor, evento realizado pela Santa Casa de Misericórdia, em alusão às Campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul.
Além de reforçar sobre a prevenção dos cânceres que a campanha engloba, a iniciativa chega como forma de alerta para todos os tipos existentes da doença, levando informação e incentivando a escolha de um estilo de vida saudável.
Neste ano a caminhada aconteceu na Avenida Nóide Cerqueira, o ponto de partida foi no Shopping Avenida. O evento contou com momento de oração, abertura com fanfarra, apresentação da embaixadora deste ano, Zaíne Oliveira, entre outras atrações.
O foco dado à prevenção do câncer de mama e de próstata, tem a ver com a incidência da doença, aliada também à maior possibilidade de cura. É o que explica a médica Fernanda Reis, provedora da Santa Casa. De acordo com Fernanda, a perspectiva de tratamento é positiva, especialmente quando descoberto no início.
Enquanto instituição de saúde, levar informação e conscientização para as pessoas faz parte dos valores da Santa Casa.
“A gente tá aqui dentro de um objetivo de promoção de saúde, de prevenção de saúde. Essa, na verdade, é a melhor forma da gente tratar a saúde pública, descobrindo as doenças de forma precoce para que a gente consiga ter um tratamento mais eficaz”, relata a médica.
A provedora conta que à cada edição é possível ver o crescimento do evento e mais pessoas têm abraçado a causa.
“A gente vê uma evolução, a gente vê um impacto que vem trazendo na nossa sociedade. A população entendeu a importância desse movimento e a gente vem em crescimento e eu não tenho dúvidas que os próximos anos serão também de muito sucesso”, ressaltou.
Monique Maltez, de 52 anos não podia deixar de participar da Caminhada. Foi graças à exames de rotina realizados em maio de 2024, que ela teve o diagnóstico precoce do carcinoma. Ao Acorda Cidade ela revelou que tanto esse cuidado preventivo, quanto o apoio e o pensamento positivo foram essenciais no processo.
“Eu fiz exames de rotina, eu não sentia o nódulo. E quando eu fui fazer a mamografia, a gente descobriu o nódulo e o profissional da ultrassom me indicou que fizesse uma biópsia. Então a partir da biópsia foi comprovada, que era realmente um carcinoma e que precisava desses tratamentos para me curar”
A paciente realizou cirurgia, quimioterapia, radioterapia e agora segue em tratamento com a hormonioterapia. Para ela, seguir todos os protocolos significou batalhar pela vida, e valeu a pena.
“É lógico que a gente hoje vive uma vida tão difícil que a gente não tá livre de nada. Mas o que eu costumo dizer é que o mais importante é que a gente busque o tratamento, porque as pessoas sem tratar, sem fazer exame, sem nada disso, ela não vai descobrir que ela tá doente, nem tampouco ter chance de vida”
“Quando você tem o apoio das pessoas que você ama e que te amam também, isso ajuda muito. A gente acaba reagindo melhor a todo o tratamento quando a nossa mente tá boa”
Outra participante do evento, a enfermeira obstétrica Ticiana Marques, teve a primeira suspeita através do exame de toque. O momento da notícia não foi tão agradável, ela contou que a profissional que a diagnosticou não teve a empatia esperada, mas ainda assim ela manteve a fé.
“Eu fiz meu autoexame e notei um nódulo na minha mama direita, notei em um dia, no outro dia eu já fui solicitar uma mamografia. Fiz a mamografia, ao saber o resultado da mamografia, automaticamente a gente tem que fazer uma ultrassom. E nessa ultrassom, a médica foi muito deselegante comigo, foi dessa forma abrupta que eu descobri que eu tinha um câncer.”
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Ela foi informada pela médica que não iria mais poder trabalhar porque o tumor havia atingido o braço dominante. Mas a recuperação contrariou a previsão. Ela fez a cirurgia, e a quimioterapia, o processo não foi fácil, mas pela recuperação valeu a pena perseverar.
“Para mim, que sempre fui uma mulher super vaidosa, sempre cuidei muito do meu cabelo, foi meio complicado aceitar com 15 dias você ver seu cabelo todo caído. É muito difícil porque tem tudo aquilo envolve não só o emocional, mas as drogas da quimioterapia, elas são muito fortes, tem os efeitos colaterais, mas enfim, eu venci essa parte. Eu já fiz vários partos e consegui trabalhar muito bem”, comemorou.
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Tratamento oncológico em Feira de Santana
As unidades da Santa Casa de Feira de Santana, atendem hoje a cerca de 71 municípios da região de forma recorrente, tornando a Unacon, referência no tratamento oncológico, e o Hospital Dom Pedro de Alcântara referência em cirurgias.
A presença das unidades na cidade evitam que os paciente tenham que ir para Salvador para manter seus tratamentos, explica a provedora Fernanda Reis.
“Hoje a gente sabe que o câncer é uma doença que vem com uma uma crescente demanda. Então, a gente entende o grande impacto que a Santa Casa tem pra nossa cidade. A gente trata de forma integral, faz quimioterapia, radioterapia, cirurgias e consultas oncológicas”
Pacientes que precisam do tratamento oncológico passam por uma triagem ao chegar na Unacon. A partir da triagem, a equipe médica definirá o tratamento adequado.
“Hoje a gente atende Feira de Santana e mais 71 municípios. Lembrando que nos últimos anos a gente fez uma avaliação, a gente atendeu mais de 100 municípios. Então, o impacto que a Santa Casa tem hoje em uma doença tão sensível, tão delicada, é de grande é de grande valia, de fato”
A expectativa para ampliar esse serviço é a chegada do Hospital Baiano de Oncológia (HBO), uma unidade com proporção a nível de estado, que deve começar a ser construída ainda em 2025.
“A gente lançou há um ano atrás o maior projeto da Santa Casa, que é o HBO. Esse hospital ele vai ser exclusivo de câncer e dessa forma a gente conseguir alcançar mais pessoas e dar o melhor tratamento para nossa população. Passamos por todos os trâmites burocráticos, já fomos aprovados pelas pelos órgãos competentes”, informou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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