
Nesta sexta-feira (7), a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) recebeu o Seminário Macroterritorial do Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI Bahia para debater os objetivos de longo prazo que irão nortear o desenvolvimento sustentável e inclusivo do estado até 2050.
Diversos representantes do município participaram do encontro, entre estudantes, gestores, professores e integrantes de pelo menos quatro Territórios de Identidade: Portal do Sertão, Recôncavo, Sisal e Bacia do Jacuípe. O seminário foi promovido pelo Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).

Ao Acorda Cidade, o secretário estadual do Planejamento, Cláudio Peixoto, destacou que o evento busca atualizar o plano de longo prazo do estado de forma participativa.
“Nós estamos hoje vivendo um mundo que passa por grandes transformações e rápidas, e precisamos enfrentar esses desafios, aproveitar as oportunidades. Por isso que a gente faz o planejamento de longo prazo e fazemos de forma participativa, ouvindo os territórios, ouvindo as dores, as necessidades e as especificidades de cada território.”

Segundo o secretário, o PDI envolve diversas áreas de políticas públicas como meio ambiente, saúde, educação, segurança, inclusão socioprodutiva. “São todas as áreas que vamos promover ações, projetos e programas para atender problemas da sociedade.”
O secretário ainda falou sobre como o PDI pode impactar os territórios próximos ao Portal do Sertão.
“Primeiro os ativos, as potencialidades que já existem, serão potencializadas. E depois, novas oportunidades para o crescimento, para a geração de emprego, de renda, tração de indústrias, geração de empregos qualificados, enfim, serviços, também o terciário superior, serviços qualificados. Tudo isso nós trazemos aqui e vamos pensar juntos com os territórios.”

A vice-reitora da Uefs, professora Rita Brêda, ressaltou a importância da escuta e do envolvimento da comunidade acadêmica e territorial no processo que envolve pesquisadores, representantes de territórios, de entidades para que juntos possam pensar o estado.
“A Bahia começa a pensar já estrategicamente como se planejar para que a gente tenha realmente uma Bahia que promova uma qualidade de vida, promova o desenvolvimento, mas um desenvolvimento humanizado e para isso é importante planejamento, pensar políticas públicas.”

“Nós só teremos políticas acessíveis, políticas que dêem certo, aquelas que de fato fazem um trabalho, um estudo e para isso as universidades são importantes. A Bahia, num estado com 417 municípios, 27 territórios, sem dúvida temos muitas singularidades. Então, pensar uma Bahia nessa magnitude, de fato, é preciso uma escuta sensível”, acrescentou a vice-reitora.

Para Noel Reis, mestrando em Planejamento Territorial e coordenador do Território do Recôncavo Baiano, o caráter participativo do plano é essencial.
“Dá a oportunidade ao Estado, à sociedade, de contribuir com a visão do Estado para os próximos 25 anos do desenvolvimento do Estado. O fato de ser um PDI que está sendo construído com bases na participação social, no envolvimento das comunidades tradicionais, das mulheres, da juventude, dos povos do campo e da floresta que envolvendo toda a sociedade, isso traz a garantia de que esse plano venha a ter as vozes e a cara da população baiana.”

Ele destacou ainda demandas específicas da região do recôncavo que é composto atualmente por 19 municípios, abrangendo em torno de 580 mil habitantes.
“Tem o processo da agroindustrialização, do fortalecimento da agricultura familiar, também o processo da industrialização do território do Recôncavo é uma demanda muito importante, que está sendo pautada nesse PDI, principalmente a partir do fortalecimento do estaleiro do Paraguaçu em Maragogipe.”

Noel também destacou a necessidade de fortalecer a cultura criativa e solidária da região, além da infraestrutura dos territórios, por exemplo, uma via de ligação entre as BRs 116 e 101, interligando ao Estaleiro de São Roque do Paraguaçu, entre outras estratégias, como a ponte Salvador X Itaparica que também deve cortar a região.
Já Elias Oliveira Rios, representante do Território da Bacia do Jacuípe, apontou a necessidade de investimentos em educação e saúde. Elias também é agricultor e participa desde a infância de movimentos sociais pela valorização do campo. Ele falou sobre as demandas.

“Agora nós estamos reforçando a continuidade de políticas já implementadas e também pedimos uma universidade. Nós não temos no nosso território nenhum campus universitário público. É necessário fazer, porque sem conhecimento e sem estudo, a gente sabe que para desenvolver qualquer coisa, família, estudo, precisa de pesquisa, por isso é uma demanda essencial.”
“Outra demanda que a gente vem reforçando é a questão da saúde, porque não temos na região uma policlínica, um hospital de grande porte.”

Atualmente a Bacia do Jacuípe é composta por 15 cidades, com uma população de aproximadamente 270 mil habitantes.
O secretário Cláudio Peixoto ainda confirmou que o planejamento deve ser concluído no início de 2026, entre janeiro e fevereiro.

Segundo ele, o principal objetivo é melhorar a vida das pessoas e reduzir desigualdades regionais.
“Nós vivemos em um estado que tem muita assimetria, muitas diferenças, em regiões mais desenvolvidas e menos desenvolvidas. A gente quer melhorar, tornar o estado mais homogêneo, trazer emprego, gerar renda e promover o desenvolvimento”, completou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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