Cinema

Filme sobre Yves Saint Laurent abre hoje programação do Festival Varilux

De hoje ao dia 16, Salvador sedia o Festival Varilux de Cinema, panorama com 16 filmes franceses. A programação inclui comédias premiadas e o clássico Os Incompreendidos, de Truffaut

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O glamour francês chega hoje aos cinemas soteropolitanos, com a exibição de Yves Saint Laurent, cinebiografia sobre o grande estilista, morto  em 2008, aos 71 anos, em razão de um câncer cerebral. A produção abre a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, às 20h30, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha.
 
O longa, que ainda não tem data definida de estreia, será exibido em sessão única na mostra. A programação se estenderá até dia 16, com outros 15 filmes. O filme Yves Saint Laurent foi uma iniciativa do companheiro do estilista, Pierre Bergé, que viveu com o costureiro até o fim de sua vida.
 
“O filme é muito bonito, e o ator (Pierre Niney) serve muito bem ao papel. Além disso, mostra muito a  intimidade do personagem, pois Bergé abriu o apartamento de Yves para a produção”, destaca Christian Boudier, 49 anos, diretor do Varilux.
 
O diretor também chama atenção para as comédias que estarão em cartaz durante os oito dias. A mais esperada é Eu, Mamãe e os Meninos, vencedora de cinco César, maior premiação do cinema francês. Ficou com os troféus de melhor filme, ator, roteirista, edição e melhor filme de um  diretor estreante.
 
O roteiro faz graça com a sexualidade do diretor, roteirista e ator Guillaume Gallienne. Por causa da mãe, Guillaume, na infância, acreditava ser menina e cresceu pensando ser gay. “Embora seja uma comédia, é um filme autoral, que tem a assinatura do diretor.
 
Não segue uma receita de como fazer rir”, diz Boudier, que cita, nessa mesma linha, Uma Juíza Sem Juízo, que, assim como Eu, Mamãe e os Meninos, vendeu mais de 2 milhões de ingressos na França. Yves Saint Laurent levou cerca de 1,5 milhão de pessoas aos cinemas franceses.
 
O sócio-diretor do Espaço Itaú, Cláudio Marques, dá destaque a Uma Viagem Extraordinária, mais recente filme de Jean-Pierre Jeunet, diretor de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001): “Embora seja melancólico, é também vibrante”, comenta.
 
Clássico
 
Marques, que é também cineasta, discorda da fama que os franceses ganharam de produzirem só filmes herméticos e ‘cabeça’: “Acho injusto identificar o cinema francês como sendo ‘isso’ ou ‘aquilo’. Ainda estamos presos à força da Nouvelle Vague. Mas as comédias, por exemplo, sempre estiveram presentes no cinema francês”.
 
O Varilux deste ano, pela primeira vez, inclui um clássico em sua programação. Chega às telas uma cópia restaurada de Os Incompreendidos, estreia de François Truffaut (1932-1984) na direção. Cláudio Marques não esconde a estima pessoal pelo filme: “Ele embalou a minha juventude e jamais pude vê-lo na telona do cinema. Estou realmente ansioso por ver essa cópia restaurada”.
 
Salvador não deixará de receber nenhum dos filmes exibidos nas outras 40 cidades onde o Varilux acontece. Mas o Rio e São Paulo, por exemplo, contarão com uma programação paralela que não virá à capital baiana.
 
As duas capitais também recebem uma delegação francesa formada por artistas relacionados aos filmes da mostra, como a atriz e diretora Nicole Garcia (Um Belo Domingo) o cineasta Philippe Claudel (Antes do Inverno) e os diretores Marc Fitoussi (Um Amor em Paris) e Laurent Tuel (A Grande Volta). Eles apresentarão sessões dos seus filmes e participarão de debates. O diretor Jean-Pierre Jeunet dará uma aula especial a estudantes paulistas e cariocas. 
 
Christian Boudier lamenta que Salvador não possa ter sido incluída na programação paralela, mas dá esperanças aos soteropolitanos para os próximos anos: “Infelizmente, os diretores não tinham disponibilidade para ir a Salvador. Mas numa próxima oportunidade irão à cidade”. As informações são do Correio.