
O presidente da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, Marcos Lima (União Brasil), declarou que o Legislativo pagou R$ 1,5 milhão por serviços no prédio anexo da Casa que não foram executados. De acordo com o parlamentar, a pendência foi comprovada por meio de uma auditoria. A declaração de Lima foi feita durante o programa Acorda Cidade desta quinta-feira (6).
Entenda a matemática
Segundo o presidente, a Câmara pagou R$ 4 milhões a uma empresa para realizar a obra de reforma no prédio, e a parte que não foi executada corresponde a R$ 1,5 milhão. O resultado da auditoria apontou a ausência de aparelhos de ar-condicionado, portas de vidro, forros e parte do piso. O contrato total está orçado em quase R$ 6 milhões.

“Tem muita coisa que foi contratada, foi paga e não foi realizada. Então, é um dinheiro público que nós estamos correndo atrás para poder não perder esse dinheiro, porque a empresa, infelizmente, não retornou para poder cumprir o seu papel, que era dar continuidade”, disse Marcos Lima.
Próximos passos
Lima declarou que o prédio pertence à Câmara e foi adquirido com recursos próprios na gestão do então presidente Carlito do Peixe (ex-vereador). Segundo Marcos, ele próprio está comparecendo presencialmente à sede do Ministério Público (MP) solicitando ajuda a promotores para solucionar o impasse.
“O último promotor com quem conversei me orientou a fazer um processo administrativo (PAD), além de termos feito a auditoria. Eu já iniciei esse processo administrativo, convoquei novamente a empresa de auditoria para poder passar novos esclarecimentos. Tudo isso está no processo administrativo, que acredito que, ainda neste mês, nós finalizaremos e vamos encaminhar toda essa documentação para o MP.”
“A obra ainda está parada, não é por falta de vontade da presidência, dos vereadores, da mesa diretiva, é porque nós precisamos seguir um rito que é imposto pelo próprio Ministério Público. Logo que tiver esse PAD pronto, eu e a Câmara ficaremos aptos a fazer um novo processo licitatório para poder dar continuidade à reforma e finalizar a obra, que é um desejo nosso, dos vereadores e dos moradores de Feira de Santana”, complementou Marcos Lima.
Cobrança constante
O vereador José Carneiro (União Brasil), líder do governo na Câmara, aproveitou a entrevista concedida pelo colega para comentar a informação de que R$ 1,5 milhão foi pago por serviços que não foram executados no prédio anexo. O parlamentar lembrou que foi um dos maiores críticos da obra.

“E eu quero saber para onde foi esse dinheiro. Está na empresa? A empresa tem que devolver. Se ele repassou para alguém, é corrupção, é roubo, tem que ser punido. O que não pode é deixar essa situação cair no esquecimento. E foi por isso mesmo que, mais uma vez, nós levantamos a voz questionando essa situação na Câmara, ainda na gestão passada. Marcos Lima nem vereador era na época, portanto está isento de qualquer avaliação nessa questão”, disse José.
“Eu cobrei também do presidente que ele tornasse público o resultado da auditoria e que hoje, felizmente, saiu. Então, é uma vitória. Já me sinto feliz porque, a princípio, nem eu, que cobro tanto, tinha conhecimento desse valor de pagamento à empresa e obra não executada. Espero que esse país tenha oportunidade para punir as pessoas que cometem corrupção”, concluiu o vereador.
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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