
Moradores do bairro Campo Limpo, em Feira de Santana, estão vivendo verdadeiros dias de terror com a presença de terrenos abandonados. Na longa lista de reclamações estão o acúmulo de mato, lixo e entulho, o que favorece o aparecimento de animais roedores, peçonhentos e muitos insetos.
Os moradores relataram também à reportagem do Acorda Cidade que, além da falta de higiene, estão sendo obrigados a conviver com a insegurança, pois os terrenos com mato alto podem ser utilizados como esconderijo para práticas ilícitas, como o consumo de drogas ou preparação para crimes como roubo ou furto.

“É triste ver essa situação. A gente mora aqui e quer um ambiente tranquilo, limpo, e quem não mora aqui não está preocupado com isso. Esse abandono criou uma mata nos terrenos, onde é constante a presença de insetos, ratos. Na época de escorpião, aparece muito, cobra a gente encontra sempre”, disse a professora Andréia Aparecida Gonçalves, que mora no bairro há cerca de 13 anos.

Descaso total
Ao Acorda Cidade, a mulher contou que os terrenos, que ficam localizados na Rua Martinho Cardoso, vêm causando problemas há muitos anos. A professora explicou que o grupo de moradores não estabeleceu um contato direto com os donos das áreas e que, da última vez que fizeram uma denúncia, uma equipe fez a limpeza do local.
“Tenho um filho adolescente que vem da escola à noite e é perigoso por conta de muito mato. Em tempo de chuva aqui alaga, a rua fica parecendo um rio, não tem como sair e nem entrar em casa. Estamos muito preocupados e é muito descaso. Eu queria, pelo menos, que os donos desses terrenos, já que não querem cuidar, pelo menos murassem”, disse a professora.

“Eles precisam tomar alguma atitude. Eles precisam saber que quem mora aqui são humanos, não somos bichos. Então, eles têm que tomar atitude, vir limpar o terreno deles e, de preferência, murar. Porque fica complicado. A gente que tem filho pequeno precisa ter cuidado, e limpar os seus terrenos, porque desse jeito fica difícil para a gente que mora aqui”, disse Gilberto Oliveira Sampaio.
Risco constante
Eliana Amaral, que mora no bairro há cerca de 10 anos, também falou sobre como é difícil conviver no local. A mulher contou à reportagem do Acorda Cidade que, além dos perigos com a saúde, ter terrenos com muito lixo acumulado ainda traz muita insegurança.
“A gente relata há muito tempo sobre esse terreno, o dono passou ainda, tratou uma vez, espalhou mais ainda e ainda jogou entulho na rua. O carro do lixo nem passa mais aqui. Pega o lixo lá na porta, a gente tem que levar lá pra frente. Tenho duas crianças de dois anos, gêmeos, que têm alergia. É muita muriçoca, é dia e noite”, disse.

A moradora complementou: “A gente vem denunciando à vizinhança por conta de até esconder gente ali. Eu mesmo não tenho ido nem para a igreja, não tenho congregado. E sem contar com os insetos também, bichos peçonhentos, está difícil aqui na rua. Até para você sair de dia aqui, eu tenho que estar encontrando minha filha para a escola, ficar olhando, observando, porque se alguém estiver escondido aí, ninguém vê”, disse.
O Acorda Cidade irá solicitar um retorno da Prefeitura Municipal de Feira de Santana.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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