
O professor e pesquisador Eduardo Oliveira Miranda, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), acaba de lançar a obra “Decolonialidade Afro-Brasileira – A Educação para a Diferença”, um livro-ritual que propõe mais do que uma reflexão: um giro epistêmico profundo, insurgente e ancestral. O lançamento marca um momento histórico na produção acadêmica brasileira ao reivindicar um novo eixo de pensamento decolonial forjado no corpo, no axé e nos saberes oriundos dos territórios afrodiaspóricos do Brasil.

Resultado de pesquisas realizadas no Grupo de Pesquisa Corpo-Território, Educação e Decolonialidade (CNPq/Uefs), a obra apresenta o conceito inédito de Decolonialidade Afro-Brasileira, que nasce do chão baiano e reverbera valores civilizatórios que desafiam os epistemicídios promovidos por séculos de colonialidade eurocentrada. Eduardo Miranda convoca, ao longo das páginas, não apenas intelectuais, mas também as tecnologias ancestrais de Xangô, Oxum, Iansã, Omolu, Oxumarê e Exu, tornando cada capítulo um xirê de saberes, resistências e enegrecimentos.
Entre as inovações teóricas da obra, estão conceitos como Epistemologias dos Odus, Giro de Iansã, Corpo-Território Decolonial, Abebê das Insurgências e Solidariedade Epistêmica, todos forjados a partir dos itans das religiões de matriz africana. A proposta vai além das críticas ao pensamento hegemônico: ela edifica um novo campo de possibilidades para a educação, a ciência e a vida.
“A diferença não é um detalhe a ser tolerado, é o centro do que pode nos libertar”, afirma o autor, que dedica sua trajetória acadêmica à investigação dos entrecruzamentos entre raça, gênero, território e educação, dentro de uma perspectiva decolonial e afrocentrada.
Eduardo Miranda é professor adjunto da Uefs, atuando nos programas de pós-graduação em Educação e em Desenho, Cultura e Interatividade. Coordena o projeto de extensão Educação DeSCOrall e o Grupo de Pesquisa Corpo-Território, Educação e Decolonialidade, além de integrar redes nacionais e internacionais de estudos críticos em geografia, gênero, raça e educação. Com um currículo profundamente alinhado à luta por justiça epistêmica, Miranda transforma sua obra em um chamado coletivo: “não se dança um alujá no conforto da cadeira”.
“Decolonialidade Afro-Brasileira – A Educação para a Diferença” é um marco na construção de saberes insurgentes no Brasil, despertando interesse de universidades, coletivos negros, grupos de pesquisa e agentes de transformação social por todo o país.
O livro está à venda no site da Amazon.
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