Crianças lendo na biblioteca do Instituto Pró-Saber SP
Crianças lendo na biblioteca do Instituto Pró-Saber SP | Foto: Nego Júnior

A literatura é uma das formas mais potentes de afirmar identidades, resgatar memórias e fortalecer a autoestima das crianças. No Instituto Pró-Saber SP, em Paraisópolis, a valorização das culturas negras atravessa o cotidiano das leituras, das brincadeiras e das formações. 

Desde 2019, o instituto mantém uma biblioteca de portas abertas em Paraisópolis, a maior comunidade de São Paulo. Com mais de 27 mil livros disponíveis gratuitamente, o espaço também trabalha a bibliodiversidade, com um rico acervo de escritores e escritoras negras, indígenas, com o objetivo de ampliar os conhecimentos das crianças e incentivar à uma visão plural e respeitosa na sociedade. 

Com base nesse compromisso com uma literatura rica e diversa, o Pró-Saber SP selecionou seis obras infantis que convidam crianças, famílias e educadores a refletirem sobre identidade, ancestralidade e diversidade racial. A iniciativa reforça o papel da produção literária de autores e autores negras para a valorização da cultura negra. 

“Neste mês da Consciência Negra, e em todos os outros, o Pró oferece às crianças, livros que representem a diversidade do Brasil e celebram a beleza da negritude. Afinal, as histórias que lemos moldam o imaginário coletivo e ajudam a construir uma sociedade mais justa e plural.  

Segundo a pesquisa ‘Panorama da Primeira Infância: o impacto do racismo’, realizada pelo Datafolha, uma em cada seis crianças de até 6 anos já foi vítima de racismo no Brasil. “É por isso que garantir o acesso a narrativas que valorizem a ancestralidade e a identidade negra é um ato de cuidado e de reparação histórica.”, aponta Angela Bueno, Coordenadora do Comitê de Educação das Relações Étnico Raciais (Cerer) do Pró-Saber SP. 

1- “O Caderno sem rimas de Maria”, de Lázaro Ramos.  

Lázaro Ramos é um dos maiores e mais consagrados atores nacionais. Mas, nem todos conhecem seu lado literário. Com mais de 7 livros lançados, ‘O caderno sem rimas de Maria’, é um passeio entre o mundo subjetivo e dito por sua filha, fonte de inspiração da obra.  

2- “Amoras”, de Emicida.  

Inspirado em sua própria música, Emicida cria uma história inspiradora, construindo uma ponte para as crianças tenham contato sobre ancestralidade, cultura negra e autoestima; que deve ser cultivada e acentuada. Um livro essencial.  

3- “A Mãe que Voava”, de Caroline Carvalho.  

Mesmo as mães sendo vistas como ‘heroínas’, por fazer o impossível. Como é isso para uma criança? O livro de Caroline Carvalho aborda a visão de uma criança sentindo o afastamento de sua mãe por desempenhar suas várias tarefas diárias; desde os cuidados da casa, familiares e profissional.  

4- “Omo-Oba: Histórias de Princesas”, de Kiusam de Oliveira.  

O livro reúne histórias de orixás femininas e suas trajetórias como princesas. De forma lúdica, nos convidam a conhecer esse universo de ancestralidade e das religiões de matrizes africanas. Kiusam é uma escritora mundialmente conhecida, principalmente, por suas histórias repletas de diversidade e questões étnico-raciais.  

5- “De passinho em passinho: Um livro para dançar e sonhar”, de Otávio Junior.  

‘Passinho’ é o nome dado pela dança criada a partir do funk, da capoeira, do samba e do frevo. Criando textura e características próprias, o livro, escrito por Otávio Junior, simboliza a força desse movimento e a representatividade de quem participa. 

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