
De 5 a 9 de novembro, o Colégio Estadual de Tempo Integral do município de Iraquara, na Chapada Diamantina, será o ponto de encontro entre profissionais, estudantes, coletivos e demais agentes culturais para discutir os caminhos para um audiovisual mais diverso, sustentável e conectado às realidades do interior. Com o tema “Território Vivo, Cinema Sustentável”, o 3º Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia anuncia sua programação, que inclui duas oficinas, três workshops, um seminário e seis grupos de trabalho voltados à construção de soluções concretas para o fortalecimento das redes de produção, exibição e formação no estado.
A abertura oficial acontece na quarta-feira (5), às 18h30, seguida pelo Seminário de Cinema Indígena, às 19h, que inaugura o Fórum em diálogo com o 5º Festival Americano de Cinema e Vídeo Socioambiental de Iraquara (FASAI 2025), parceiro e anfitrião desta 3ª edição. Em sintonia com o tema central do evento, o seminário irá reunir cineastas indígenas de diferentes regiões do país para debater, a partir de suas vivências, o fortalecimento do cinema feito por povos originários e a inserção de talentos indígenas na produção audiovisual brasileira.
“O tema ‘Território Vivo, Cinema Sustentável’ reflete nosso compromisso de construir um audiovisual baiano que não apenas resiste, mas que se sustenta de forma econômica, ambiental e social, a partir da força criativa dos interiores”, ressalta o coordenador geral e produtor executivo do 3º Fórum AVI, Daniel Leite Almeida. As inscrições estão abertas e podem ser feitas de forma gratuita neste link: https://forms.gle/qdZ7GEHmvjQu9kw29. Parte das atividades acontecerão de forma híbrida, permitindo que pessoas que não estejam em Iraquara também participem do evento.
Oficinas e Workshops
A programação formativa tem início na quinta-feira (6), das 9h às 12h, com a oficina “Como Produzir Filmes Sustentáveis no Interior”, ministrada por Elson Rosário. A atividade parte da ideia de que fazer cinema também é cuidar do território, das pessoas e das formas de produzir, trazendo reflexões sobre práticas sustentáveis no audiovisual.
Já na sexta (7), também no período da manhã, o professor e documentarista Filipe Gama conduz a oficina “Documentário Socioambiental”, que aborda o cinema como ferramenta de escuta, denúncia e preservação, reforçando a potência da imagem na relação entre memória, território e meio ambiente.
As tardes de quinta e sexta-feira contarão com três workshops. No dia 6, às 14h, Aléxis Góis conduz o encontro “Captação de Recursos”, voltado à apresentação de estratégias criativas e acessíveis de financiamento para viabilizar produções nos interiores. Já às 17h, o comunicador e realizador indígena Jp Îasanã Tupinambá ministra o workshop “Produção Audiovisual em Territórios Indígenas: Natureza e Comunicação”, refletindo sobre o cinema como extensão da terra, da ancestralidade e da coletividade.
No dia 7, às 14h, é a vez do cineasta Michel Santos comandar o workshop “Internacionalização das Produções dos Interiores da Bahia”, que propõe um debate sobre como fortalecer e ampliar a presença do audiovisual baiano em festivais e circuitos de difusão e exibição internacionais.
Grupos de Trabalho
Os Grupos de Trabalho (GTs) são o núcleo central da programação e se afirmam como espaços de continuidade das reflexões iniciadas nas edições anteriores do Fórum. Se em Vitória da Conquista (1ª edição) o evento estabeleceu um diagnóstico sobre a descentralização e as políticas de fomento ao audiovisual, e em Ipiaú (2ª edição) aprofundou e detalhou as demandas do setor nos interiores, a edição de Iraquara transforma essas pautas em eixos de ação. Assim, os GTs buscam formular respostas e estratégias práticas que culminarão na elaboração da Carta de Iraquara, documento coletivo que reunirá as propostas debatidas durante os cinco dias de atividades.
Na quinta (6), das 15h às 17h, o GT “Práticas Sustentáveis”, conduzido por Elson Rosário e Liziane Silva, discutirá formas de reduzir impactos ambientais e sociais nas diferentes etapas de produção audiovisual. Às 19h, o GT “Educação e Formação”, com mediação de Rayssa Coelho, pretende mapear possibilidades de integração entre o audiovisual e a educação, considerando tanto a formação de profissionais quanto a formação de público.
O GT “Políticas Públicas, Descentralização e Desburocratização”, coordenado por Daniel Leite Almeida e Karoline Rodrigues, será na sexta (7), das 15h às 17h, buscando reforçar a necessidade de territorialização dos recursos e do acesso efetivo aos mecanismos de fomento. No mesmo dia, a partir das 19h, o GT “Acessibilidade e Inovação”, com Iara Oliveira, Deivide Monteiro e Aisamaque Souza, debate soluções tecnológicas e metodológicas para garantir a inclusão de pessoas com deficiência em todas as etapas do fazer audiovisual.
Já o GT “Circulação, Distribuição e Exibição de Produções Socioambientais”, conduzido por Wilmar Ferraz e Esmon Primo, abordará a democratização do acesso às obras e a ampliação das redes exibidoras no interior, no sábado, às 10h. Por fim, às 14h, o GT “Territórios e Identidades”, com Sarah Payayá, propõe discutir como o espaço geográfico e cultural influencia e é influenciado pelas narrativas audiovisuais, destacando a diversidade de vozes e modos de criação nos 27 Territórios de Identidade da Bahia.
“A grande força do cinema do interior da Bahia está em sua pluralidade de vozes. A descentralização de recursos deve caminhar junto com a descolonização das narrativas para ampliar, de forma efetiva, a participação e o protagonismo de todos os agentes do nosso vasto e diverso interior”, reforça Aléxis Góis, coordenador de comunicação do projeto.
Encerramento
Ainda no sábado (8), às 16h, o 3º Fórum Audiovisual dos Interiores da Bahia contará com um Painel de Encerramento com a apresentação de longas-metragens em desenvolvimento no interior do estado. O evento se encerra às 20h, com a Leitura da Carta de Iraquara, que reafirma o seu papel como movimento coletivo, itinerante e necessário para fortalecer o cinema produzido a partir da força política, econômica e cultural dos interiores.
Realizado pela Ato3 Produções, o projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Além disso, conta com a parceria do Festival Americano de Cinema e Vídeo Socioambiental de Iraquara e do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste de Bahia (UESB), por meio do programa de extensão Janela Indiscreta. Tem ainda o apoio da Prefeitura Municipal de Iraquara e da Associação do Setor Audiovisual do Sudoeste Baiano (SASB). Saiba mais.
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