
O Centro de Convenções recebeu nesta quinta-feira (30), o Encontro de Revendedores de Combustíveis em Feira de Santana promovido pelo Sindicombustíveis Bahia. O evento faz parte do Ciclo de Encontros Regionais de Revendedores de Combustíveis da Bahia. O encontro discutiu os cenários político e econômico do mercado de combustíveis tanto no Brasil, quando em todo o mundo. Diversas autoridades, empresários e representantes da áreas participaram da reunião.


Entre eles estavam o prefeito José Ronaldo de Carvalho, que destacou ao Acorda Cidade a importância da discussão, mas também do que o evento traz para região.

“Eu acho que para a cidade é bom. Você traz ocupações de hotéis, ocupações de restaurante, usa o táxi, usa o Uber, movimenta a cidade. Esses encontros que vêm ocorrendo na cidade ajudam ao desenvolvimento da cidade. E esse encontro tem pessoas de várias partes da Bahia, empresas que vende produtos, proprietários, dirigentes de entidades participando.”

Durante o encontro, entre painéis e palestras, está sendo realizada uma Feira de Negócios, onde estão sendo apresentados os mais variados produtos da área dos combustíveis, além de técnicas de aprimoramento do produto.

Jerônimo Rodrigues também esteve na cidade para acompanhar o evento. Ao Acorda Cidade ele disse que estava com a agenda apertada, mas fez questão de comparecer. Em entrevista ao Acorda Cidade, o governador ainda fez uma breve avaliação sobre o cenário na Bahia.

“A nossa refinaria hoje, a Acelen acabou tendo um prejuízo por conta de ali atrás, o ex-governo federal, ter privatizado a nossa primeira refinaria. Isso acabou perdendo o controle, de certa forma, sobre o mercado, parte do mercado com preços, com distribuição. Está sendo retomada isso, tem sigilo por conta do setor empresarial e do governo federal, mas eu espero que a gente possa encontrar uma saída até para fortalecer a agenda com os postos de gasolina e o Sindicombustíveis tem lutado bastante para isso”, avaliou o governador.

O presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus Freitas falou que um dos objetivos do encontro é atualizar o revendedor das práticas comerciais legais. Fiscalizadores estiveram presentes como representantes da ANP, Ibametro e Procon. O dia foi uma oportunidade inclusive para questionar essas entidades.

“O maior desafio hoje do revendedor, esse não vai mudar nunca, é a concorrência do dia a dia. Mas hoje, especialmente, nós temos uma concorrência desleal. Tomamos conhecimento dessa operação que o governo da Bahia afetou aproximadamente 15 dias atrás. Isso demonstra o que os revendedores legais estavam sofrendo. Quando você vai para cifras que foram supostamente sonegadas, são valores estratosféricos, e demonstra o quanto o revendedor honesto, correto, íntegro estava sofrendo.”

No último mês, a Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), deflagou a Operação Primus para investigar a adulteração e comercialização irregular de combustíveis no estado. Na ação nove pessoas foram presas e 62 mandados cumpridos nas cidades de Feira de Santana, Conceição do Jacuípe e Iaçu, além dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Durante a operação, o empresário Jau Ribeiro foi preso.

“O revendedor não pode é acreditar no conto do vigário, é acreditar no ganho fácil. Hoje a carga tributária, sempre foi uma luta do sindicato, porque nós sempre reclamávamos que a Bahia tinha uma carga mais elevada do que todos os estados fronteiros. Isso fez com que a Bahia ao longo do tempo perdesse mais de 10% do seu volume comercializado.”
“Os secretários da Fazenda unificaram a pauta do ICMS, isso é uma vantagem, mas chamamos a atenção da sociedade que a partir do dia 1º de janeiro a pauta da gasolina sobe em 10 centavos, ou seja, isso impacta no custo do produto, o que não tem sentido, porque nós estamos vivendo um momento que a Petrobras baixou o preço do petróleo, o preço internacional do barril do petróleo está baixo, o dólar caiu de preço, ou seja, não tem o menor sentido nesse momento os governadores aumentarem a carga tributária do ICMS”, avaliou o presidente.

Ainda segundo Tannus, a qualidade do combustível baiano é boa, mas enfrenta suas variações. Por isso, ele recomenda que o consumidor abasteça preferencialmente sempre no mesmo estabelecimento e exija o cupom fiscal. O Sindicombustíveis estuda apresentar um selo de qualidade para manter um bom nível do produto no estado.
“Vamos entregar aqui ao governador uma proposta de que o posto e a distribuidora sejam corresponsáveis pela qualidade do produto. Nós não podemos aceitar, como vem acontecendo na Bahia, que a distribuidora diga não, aquele posto tem minha bandeira, mas não compra produto meu. Então como é que você tem um contrato com ele? Como é que você deixa alguém ostentar a sua bandeira e não ser responsável pelo produto que ele vende? Então nós entendemos que a distribuidora precisa ser corresponsável nesse processo.”

O idealizador do evento, Carlos Neto, diretor de comunicação, empresário, proprietário de postos de combustível em Feira de Santana, conversou com o Acorda Cidade. Para ele, o encontro é o momento para os empresários, revendedores, fornecedores, distribuidoras de equipamentos, de bombas, de tanques e outros bens que fazem parte da atividade apresentem seus produtos.
“Mostrando inovação de equipamentos que tem de mais novo para o revendedor e interagindo o dono de posto com esses fornecedores. Hoje na Bahia são 3.600 postos de gasolina e aqui nós temos aproximadamente mil revendedores. Tivemos uma adesão bastante significativa.”

Carlos Neto ainda explicou sobre a oscilação de preço. Segundo ele, a competitividade do segmento é grande o que gera uma concorrência muito agressiva.
“Tem empresas que em determinado momento realizam algum tipo de promoção e o mercado é assim, o mercado é soberano. Ele não tem regulação do mercado. Ele é livre de cada um que faz o que pode fazer em cima de preço. Então essa oscilação de preço é justamente por promoções, isso depende de cada posto, de cada empresário que define sua estratégia”, disse ao Acorda Cidade.
O representante Ecopostos Bahia, Rubens Ribeiro, apresentou as novidades do setor, como a bomba criptografada com a nova RTM, produzida para dificultar fraudes nos combustíveis. Entre as fraudes ele destacou a adulteração do visor, que o consumidor acredita está abastecendo um valor, mas está registrando outro.

“Ela você tem que ter uma permissão para poder abrir a bomba, mexer a bomba, ter um prazo estimado para você fazer esse serviço. Se você finalizou o serviço, você lacra a bomba. Se alguém tentar mexer nessa bomba, você não consegue mais, a bomba para. Aí você vai precisar de uma nova autorização para poder abrir a bomba para corrigir isso.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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