Flica
Foto: Isabella Venâncio/ Comuniflica

Na quinta-feira (23), primeiro dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), o Espaço Bahia Presente sediou a roda de conversa do Programa Bahia Literária, uma iniciativa das secretarias estaduais da Educação e da Cultura que reconhece a leitura como prática essencial para a formação cidadã.

O encontro reuniu a secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, e os escritores Maíra Azevedo (Tia Má), Ricardo Ismael e Anderson Shon. A mediação ficou por conta do diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), Sandro Magalhães. Durante o encontro, os participantes destacaram a importância de fortalecer políticas públicas voltadas à valorização da literatura no estado.

Durante o debate, os participantes ressaltaram que o Bahia Literária tem fortalecido práticas de leitura em escolas públicas e comunidades. Ele incentiva a formação de leitores críticos, de novos escritores e escritoras e o reconhecimento de projetos locais que utilizam a literatura como instrumento de transformação social.

O programa também contribui para a economia, com a realização de feiras literárias que fomentam a venda de livros e incentivam o turismo nas cidades que recebem os eventos. Além de atuar no incentivo ao mercado editorial, também colabora no aquecimento econômico ao adquirir mais de 14 mil livros de editoras baianas.

A secretária de Educação, Rowenna Brito, destacou que, para este ano, a Flica deve receber mais de 1.000 estudantes e mais de 40 unidades escolares, números que ajudam a quebrar o estereótipo de que a população não se interessa mais pela leitura.

Em grande parte dos festivais literários, a participação dos estudantes da rede estadual é de suma importância, pois faz com que eles se tornem protagonistas, por meio da participação das programações com apresentações culturais e até mesmo do lançamento de seus próprios livros.

As mais de 100 feiras promovidas atualmente em todo o território da Bahia têm o poder de democratizar a literatura, ampliam o acesso à leitura e mostram, na prática, que todos podem se tornar autores de suas próprias histórias e que os sonhos podem, sim, se tornar realidade. O Programa Bahia Literária também possibilita a publicação, comercialização e lançamento de obras que, antes, ficariam apenas no imaginário.

O escritor Anderson Shon ressaltou que, graças ao Programa Bahia Literária, hoje ele pode se dedicar exclusivamente à literatura, mesmo após 12 anos de carreira. Hoje, participa de feiras literárias por todo o estado e comercializa seus livros, sem depender de outras fontes de renda para seu sustento.

Com notório sucesso do projeto, os secretários destacaram a vontade do governador Jerônimo Rodrigues de universalizar o programa, levando-o ao maior número possível de cidades do estado. No entanto, a secretária Rowenna Brito ressalta que, para atingir essa meta, é preciso superar alguns desafios, como limitações orçamentárias, que dificultam a implementação de feiras literárias em todo o território baiano.

Por Cecília Souto

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