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O acompanhamento a pessoas acometidas pela doença de Chagas em Feira de Santana é garantido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da Vigilância Epidemiológica, com o fornecimento de medicamentos e assistência de um infectologista. Atualmente, dois casos crônicos da doença são acompanhados no município.

 
O índice de casos na fase crônica da doença de Chagas em Feira é 500 vezes menor que a média nacional. Segundo dados do Ministério da Saúde, em todo o país existem cerca de 3,5 milhões de indivíduos infectados, o que representa um percentual de 1,7% da população. Em Feira de Santana o índice fica em 0,0003%.
 
Conforme a enfermeira referência, Fabiana Porto, a fase crônica é quando as complicações podem atingir alguns órgãos, como o coração – há diminuição da função e o aumento do tamanho – e o sistema digestivo. Já a fase aguda, o principal sintoma é a febre. Também aparecem coceiras no local da picada do barbeiro – inseto transmissor da doença – e vermelhidão.  
 
“Não temos casos de notificação no município de pacientes que tiveram a fase aguda da doença, porque, geralmente, é difícil a sua identificação. Os sintomas são leves: febre, que dura mais ou menos duas semanas e não é intensa”, esclareceu.
 
Segundo Fabiana Porto, as medicações dadas aos pacientes são gratuitas e fornecidas pela 2ª Dires. Para isso, o paciente apresenta relatório e prescrição médica, além de documentos pessoais na Vigilância Epidemiológica. “É a própria SMS que vai fazer a solicitação à 2ª Dires”.
 
O tratamento dura em média dois meses. Caso seja necessário prolongar, o médico faz uma avaliação e emite um novo relatório.
 
A doença de Chagas pode ser transmitida tanto pelo barbeiro quanto por alimentos contaminados – açaí e cana de açúcar. No caso da picada do inseto contaminado, ele elimina as fezes contendo o parasita Trypanosoma Cruzi que penetra na pele durante a coceira.
 
“A pessoa ao ser picada pelo barbeiro pode se dirigir até uma unidade de saúde que fará o encaminhamento para a Vigilância Epidemiológica, na SMS. A mesma receberá acompanhamento do infectologista, que vai solicitar os exames laboratoriais”, disse a enfermeira.
 
Fabiana Porto acrescenta que, nos casos de pacientes que ingeriram os alimentos contaminados, só é possível descobrir a doença quando ela chega à fase crônica. O tratamento dos pacientes é com medicação nos dois casos da doença: aguda e crônica. A depender, chegam a ser internados.
 
A enfermeira observa, ainda, que a redução no número de notificações está atribuída ao trabalho de campo realizado pelos agentes de endemias, que fazem o monitoramento dos barbeiros constatando se estão ou não infectados. As informações são da Secom.