
A família de Marlon da Silva Sena, jovem que morreu aos 22 anos após se envolver em um acidente de trânsito com o ex-vereador Paulão do Caldeirão, se recusou a receber a visita da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Feira de Santana. A ação havia sido anunciada pelo presidente da Casa, Marcos Lima (União Brasil), na quarta-feira (15).
O Acorda Cidade conversou com Rafael Rocha, advogado da família de Marlon, que explicou que a decisão de recusar a visita dos parlamentares foi tomada única e exclusivamente pelos familiares, por entenderem que a ação é considerada altamente inadequada e fora de contexto.

“Não estou aqui como julgador, até porque existe o Poder Judiciário para isso, mas, nesse momento, eu acho que quem está errando é a Câmara Municipal de Feira de Santana em querer fazer notas de condolência, tentar prestar um apoio moral, sendo que já houve velório, já houve enterro, já houve a missa de sétimo dia, e só querem fazer esse teatro político nesse momento. Apesar de tudo que ocorreu, na família de Marlon, infelizmente a vida dele não volta mais”, disse o advogado.
Visita fora de hora
Rocha ponderou que acredita que a postura de alguns vereadores possa ser considerada até louvável, porém a visita vem em um momento inoportuno. O advogado fez questão de reforçar que a decisão foi tomada pela família, sem a influência de outras pessoas, e pediu que os vereadores respeitem a decisão.
“Poderia ter sido feito em momento anterior, até após o sinistro de trânsito, mas, depois que ocorreu toda essa situação, estão querendo manter contato com os familiares. Para quê? Entendo que chega a transparecer que seja até uma forma de teatro político, e a família não vai ser utilizada para isso. Nesse momento, o que eles mais querem é ficar de luto pelo jovem que teve a vida suprimida”, concluiu o advogado.
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Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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