Suspeitos apontam versões diferentes sobre sequestro e assassinato de três jovens em Anguera, afirma delegado
Suspeitos apontam versões diferentes sobre sequestro e assassinato de três jovens em Anguera, afirma delegado

Na manhã desta terça-feira (14) três corpos foram localizados na zona rural de Anguera, tudo indica que tratam-se dos corpos das jovens Carol Ferreira Rodrigues, de 21 anos, Letícia Araújo Rodrigues, de 22, e Rafaela Carvalho Silva, de 15, que estavam desaparecidas desde o dia 6 de outubro, há uma semana.

Até o momento cinco pessoas foram presas pela Polícia Civil como suspeitas de participarem do sequestro e morte das garotas. O titular da Delegacia Territorial de Anguera, José Marcos, contou ao Acorda Cidade que a investigação segue em curso para descobrir a motivação.

Segundo o delegado até o momento as alegações dos suspeitos não se cruzam e apresentam inconsistências. 

“A investigação não está totalmente elucidada. A gente caminhou bastante, eu diria 80% elucidado. Mas falta a gente esclarecer algumas coisas relativas à motivação, e também em relação à sequência dos fatos.”

Delegado José Marcos
Delegado José Marcos – Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Devido às divergências, alguns detalhes sobre a apuração do caso ainda seguem em sigilo. Mas o delegado adiantou que os suspeitos conheciam as vítimas.

“Dois são ex-namorados, e uma menina que tinha uma certa rivalidade com elas. Tinha uma richa, tinha ameaças, alega também que elas ameaçavam ela. E os outros eram pessoas que elas conheciam, não eram pessoas totalmente desconhecidas.”

Os corpos estão no Departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana, para realização da perícia que indicará o que causou a morte das vítimas. Nos depoimentos houveram versões diferentes sobre como teria sido o assassinato.

“Um citou que teve arma de fogo, outro citou que não. Um citou que houve uso de fogo. Então, a perícia tem condições de comprovar isso, independentemente do que digam as testemunhas, essa prova técnica a gente acredita que vai esclarecer se foram mortas aí por arma de fogo, algum é instrumento cortante, ou mesmo por asfixia provocada pelo fogo. A gente vai esperar esse laudo. Alguns desses que deram depoimento afirmam que outras pessoas fizeram, que eles não participaram, mas que eles sabem quem foi.”

Suspeitos apontam versões diferentes sobre sequestro e assassinato de três jovens em Anguera, afirma delegado
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Os corpos foram localizados através de informações de uma das pessoas detidas. À polícia, ele informou que não dava para apenas explicar a localização, pois o acesso seria muito difícil.

“Um desses suspeitos disse que sabia onde estava os corpos e a gente pediu para ele dizer a localização. Ele disse que a gente não conseguiria chegar, mesmo que ele explicasse. E a gente então levou ele para lá, um lugar bem escondido, tipo um labirinto, você desce do mato e tem uma passagem, tem uma volta que faz por um riacho e desce de novo, e ele foi como guia no mato.”

O oficial explicou que ao chegar no local, no lugar onde estavam os corpos, se deparou com a terra remexida e com cal em cima, além de galhos. O suspeito revelou aos oficiais que o cal foi jogado para evitar o mau cheiro. 

“Havia indícios de que foi queimado, e uma versão apresentada por um dos autores foi que elas foram queimadas vivas, mas a gente precisa da perícia para ver se foi realmente isso que aconteceu.”

Investigações

O titular da DT reforça que o trabalho investigativo mobilizou as equipes desde o segundo dia do desaparecimento das vítimas.

“Essa investigação começou dia 7 de outubro, desapareceu no dia 6, a Polícia Civil foi comunicada dia 7. Cinco pessoas presas, várias buscas e apreensões realizadas, várias incursões realizadas na mata e à noite, durante o dia, de manhã cedo.”

Durante as investigações a Polícia chegou a receber alarme falso sobre a localização dos corpos. José Marcos explicou também que as áreas do município contém muitas serras, o que dificultou o deslocamento, ainda assim as buscas foram incansáveis.

“As equipes estão aí, sete dias de trabalho duro, árduo, em busca da mínima informação que fosse. Passei horas ali visitando várias casas e pessoas para extrair uma formação mínima e a partir dessa formação mínima desenvolver uma investigação.”

Neste momento de grande comoção na cidade, o delegado José Marcos reafirma o compromisso que os agentes tem direcionado para a resolução deste caso.

“A mensagem que nós deixamos é que a polícia tem feito um esforço para garantir a segurança da população. O nosso trabalho nem sempre é sentido, principalmente a Polícia Civil, que é uma polícia investigativa. Fazemos um trabalho silencioso. Mas é lembrar que existe Polícia Civil em Anguera, e que quando for preciso e houver uma demanda que precisa da nossa atuação, nós vamos atuar com todo o vigor para responsabilizar criminosos”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Leia também:

Corpos das três jovens desaparecidas em Anguera são encontrados após oito dias de buscas

Operação Vale das Sombras cumpre mandados judiciais contra envolvidos no desaparecimento de jovens em Anguera

Polícia prende suspeita de participação no desaparecimento de 3 jovens em Anguera

Prefeito Mauro Vieira manifesta solidariedade às famílias das 3 jovens desaparecidas em Anguera

Dois mandados de busca e apreensão são cumpridos em Anguera; ação faz parte da investigação do desaparecimento de 3 jovens

Suspeitos de envolvimento no desaparecimento de 3 garotas em Anguera são presos; buscas pelas vítimas continuam

Famílias procuram por três amigas desaparecidas há três dias em Anguera; Polícia Civil investiga o caso

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.