Folhapress- A Justiça Federal negou nesta sexta-feira (21) o pedido de liberdade do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Costa é investigado pelo Ministério Público Federal por participar da compra da refinaria em Pasadena e também é alvo de operação da Polícia Federal que apura um esquema de lavagem de dinheiro, no qual ele teria ligações com doleiros. Ele foi preso ontem no Rio sob suspeita de orientar parentes a destruir ou ocultar documentos.
A PF tem imagens de parentes dele recolhendo documentos do escritório do ex-diretor da Petrobras que, ao deixar a estatal em março de 2012, abriu uma consultoria e uma empresa com norte-americanos de plataformas. Costa será levado ainda hoje para Curitiba, onde a PF conduz a operação Lava a Jato, que apura a participação de doleiros num esquema que movimentou, de forma suspeita, R$ 10 bilhões.
Além de afirmar que sua transferência para a capital paranaense é ilícita, a defesa do ex-diretor argumenta que não pode ser atribuída a ele a conduta dos familiares, que retiraram objetos de locais onde seriam realizadas buscas pela polícia. De acordo com a decisão da Justiça, foi “estranhamente” faturado em nome do ex-diretor da Petrobras uma Land Rover Evoque adquirida pelo doleiro Alberto Youssef por R$ 250 mil de uma concessionária autorizada. Foi Youssef quem negociou o carro, mas a nota fiscal saiu no nome de Costa. “Destaca-se que Alberto Youssef é personagem notoriamente atuante no mercado paralelo de câmbio, cujas atividades ficaram conhecidas no denominado “Caso Banestado”.
Dessa forma, segundo o conjunto probatório acostado ao processo, existem fundadas razões de autoria ou participação do indiciado em crimes contra o sistema financeiro nacional”, escreveu o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, ao negar o pedido de Costa. Outro lado Costa alega que recebeu o carro como pagamento de serviços de consultoria prestados a Youssef. Por meio de nota, o advogado Fernando Augusto Fernandes informou que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. “A decretação de prisão por suspeitas de corrupção passiva de alguém que dedicou 35 anos à Petrobras e não é funcionário público há quase dois anos é uma arbitrariedade”, diz o texto.
Ainda de acordo com a nota, ao negar o pedido de liberdade, a Justiça afirmou que Costa “passou a ser investigado pela autoridade policial em razão de seu nome aparecer em interceptações”. Para a defesa do ex-diretor, a prisão dele “não se torna legal somente porque ele falou ao telefone com uma delas”.