Vereador critica falta de estrutura odontológica nas unidades de saúde de Feira de Santana

Na manhã desta quinta-feira (2), o vereador Ivamberg Lima (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal para criticar o serviço odontológico oferecido nas unidades de saúde de Feira de Santana. Segundo o petista, que é cirurgião-dentista, em muitas unidades ainda falta o básico para se prestar o atendimento primário.

Durante o programa Acorda Cidade, na manhã desta quinta (2), uma ouvinte também relatou o problema. Ela reclamou sobre a falta de equipamentos no posto do bairro Sítio Matias. “Há meses que eu vou para fazer um tratamento dentário, não está podendo fazer devido aos equipamentos que estão quebrados. Outro está queimado. E, até hoje, o responsável não tomou providência”, relatou.

Ao Acorda Cidade, Ivamberg afirmou que tem visitado unidades de saúde da cidade e percebido o problema. Inclusive, ele já chegou a fazer a reclamação ao Secretário de Saúde, Rodrigo Matos.

“Hoje, inclusive, ouvindo agora o Acorda Cidade, algumas reclamações da população dizendo não ter atendimento dentário por não ter equipamentos, as cadeiras sucateadas, não têm material. Então, o que a gente vem chamando a atenção é que a Secretaria de Saúde tem que tomar providência no sentido de, minimamente, oferecer o serviço odontológico nas unidades básicas.”

A conversa com o secretário de Saúde surgiu por conta de uma reclamação do vereador sobre uma cadeira odontológica que encontrava-se parada. O equipamento que estava em uma unidade do distrito de Matinha não pôde ser instalado porque não tinha compatibilidade com a rede elétrica.

“Eu levei a minha indignação, principalmente nas visitas que eu faço. Ele disse que ia fazer um diagnóstico, que estava entrando naquele momento, que quer fazer o melhor serviço possível. A gente sabe que tivemos quatro anos de sucateamento da saúde municipal; a gente espera que melhore agora. Ele mostrou interesse para mudar, só que até agora, infelizmente, a gente vê que nada foi mudado e a gente sabe todos os termos burocráticos que acontecem, mas temos que chamar a atenção porque se você não fala, fica esquecido”, declarou ao Acorda Cidade.

De acordo com o Ivamberg, o atendimento em Feira de Santana chega a cerca de 30% de cobertura; o restante dos 70% fica sem esse atendimento tão necessário. Vale destacar que, alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço, que podem ser evitados com o atendimento primário de saúde bucal, podem ter 90% de cura caso sejam diagnosticados no início. Por isso, serviços odontológicos básicos são fundamentais para a saúde da população.

“A gente sabe que a saúde começa pela boca. Muitas doenças sistêmicas acontecem a partir de bactérias que saem da boca se você não fizer o tratamento. Há exemplos de doenças cardíacas como endocardite bacteriana. Então, a gente chamou a atenção pela importância, esse mês de outubro dedicado à saúde bucal, ao dia do dentista [25de outubro].”

O cirurgião-dentista também criticou a remuneração dos profissionais da área, que ele considerou muito baixa.

“R$ 2.500 para 40h. A gente estuda sete, oito anos para poder ter uma especialidade e tem que se mudar. A gente tem um projeto de lei aqui na casa para regulamentar, ao nível municipal, o que se paga em nível federal. E é preciso que nesse mês a gente chame atenção a isso.”

O vereador ainda disse que deve convocar uma audiência pública para discutir as melhorias para o serviço prestado pelo município e para a categoria.

“Para que a gente possa debater e chegar a um consenso, chamar o governo municipal, porque é preciso valorizar aqueles profissionais que estão cuidando da saúde da população e o cirurgião dentista é um deles.”

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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