Feira de Santana

Projeto Mais Saúde promove a prática de atividades físicas no conjunto Feira VII 

As aulas acontecem às segundas, terças e quintas-feiras, na Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus, localizada na Rua A, nº 32.

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Foto Beatriz Rosado
Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

O Projeto Mais Saúde é uma iniciativa que trabalha a prática corporal de moradores do conjunto Feira VII, no bairro Tomba, há quase 15 anos. Desenvolvido pela E-Mult XVI, equipe composta por profissionais de educação física, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas ligados à Secretaria de Saúde de Feira de Santana. Atualmente, as aulas acontecem na Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus, localizada na Rua A, nº 32.

O projeto tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da comunidade por meio do exercício físico, além de promover ações culturais voltadas à população em situação de vulnerabilidade social, buscando a inserção e socialização dessas pessoas. A iniciativa reúne cerca de 60 integrantes por aula, com idade entre 35 e 90 anos. 

Foto Beatriz Rosado
Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

As aulas acontecem às segundas, terças e quintas-feiras, das 8h20 às 9h40, na área externa da  igreja. Qualquer pessoa pode participar, basta levar os documentos pessoais (RG e CPF) para inscrição. Nas segundas e quintas, são aulas de atividade física, e às terças, aulas de dança.

Atividade física com idosos
Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

Flávia Santos, fisioterapeuta do projeto, conta que ele acolhe pessoas que não possuem um suporte familiar estruturado, mas que encontram outras formas de vínculo e contato dentro do projeto. 

“O projeto acolhe pacientes que têm dificuldade em acompanhar as aulas sozinhos e que não contam com uma rede familiar estruturada. Nesse espaço, eles constroem amizades e organizam também sua vida social fora do projeto. O grupo se reúne em datas comemorativas e forma subgrupos por afinidade, fortalecendo vínculos que contribuem significativamente para a saúde mental dos participantes”, afirma a fisioterapeuta, Flávia Santos.

Flávia Santos/ Foto: Beatriz Rosado
Flávia Santos | Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

Apesar de a maioria dos participantes das aulas ser feminina, homens também marcam presença. É o caso do professor aposentado Hugo Silva, de 78 anos, morador do bairro do Papagaio. Seu Hugo, como é popularmente conhecido, percorre 11 km toda semana para participar das atividades oferecidas pelo projeto e ainda vai para academia em seguida. 

Hugo Silva/ Foto: Beatriz Rosado
Hugo Silva | Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

“Quando eu recebi um convite falando para vir e sair do sedentarismo, eu fui e arrisquei. No início foi difícil porque tinha muitas mulheres dançando, mas com o tempo, fui entrando no ritmo e fazendo amizades com pessoas da minha idade”, disse o aposentado.

Hugo também percebeu melhoras na saúde após a prática das atividades, como mais disposição e força na musculatura, além da liberação de endorfina no corpo, o famoso “hormônio da felicidade”. 

Assim como Hugo, Maria José Monteiro, dona de casa, de 67 anos, vê as atividades físicas como uma forma de medicação. Ela, que já enfrentou depressão, problemas reumáticos e fibromialgia, afirma: “As aulas de atividade física para mim são tudo. Participo de todas. Tudo isso aqui é minha terapia”.

Maria José Monteiro/ Foto: Beatriz Rosado
Maria José Monteiro | Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

Desafios do projeto

A falta de orçamento é um dos maiores desafios do projeto Mais Saúde, mas segundo a fisioterapeuta, Flávia Santos, com criatividade e apoio da comunidade, as atividades seguem acontecendo sem custos para os participantes. Esporadicamente, patrocínios locais custeiam camisas, apresentações musicais e passeios.

Momentos marcantes da história do projeto

Flávia conta que conseguiu levar 55 idosas do projeto para Salvador para visitar o Pelourinho e pontos turísticos da cidade. Algumas delas utilizaram, pela primeira vez, escada rolante. Um dos momentos mais marcantes da viagem para as participantes foi o pôr do sol na Barra e a vista das luzes do Campo Grande. “Ela me disse que achava que morreria sem ver as luzes do Campo Grande”, expõe Flávia.

A empreendedora e participante do projeto, Geysa Ramos, de 42 anos, afirma que foi muito bem recebida no local e que ali surgiu a oportunidade de trabalhar vendendo os seus produtos durante os intervalos das aulas. “Fui brincando com as meninas, trazendo novidades, e foi ficando. Gosto muito, todos se animam, eu me divirto”, compartilha Geysa.

Geysa Ramos/ Foto: Beatriz Rosado
Geysa Ramos/ Foto: Beatriz Rosado

Hugo Silva deixa um recado para os homens que têm receio de começar a atividade física por vergonha: 

“Eu acho que esse tabu deve ser quebrado, porque a sociedade é composta por homens e mulheres. Desde quando você tem uma interação de respeito com as mulheres, então está todo mundo incluído no contexto de felicidade e de bem-estar”, disse Hugo, aposentado.

Reportagem escrita pela estagiária de jornalismo Beatriz Rosado sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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