Saúde

Como identificar sinais de alerta e acompanhar o desenvolvimento infantil?

Especialista em crescimento infantil, o endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato, explica as principais características do crescimento

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crescimento infantil
Foto: Yarruta/Freepik

O crescimento infantil é um processo dinâmico, que não acontece na mesma velocidade ao longo da vida. Para orientar os pais, Miguel Liberato destaca que a velocidade varia conforme a idade.

“No primeiro ano, é a mais rápida, cerca de 25 cm. No segundo ano, desacelera para aproximadamente 12 cm. Dos 3 anos até o início da puberdade, a criança cresce em média de 5 a 7 cm por ano. Já na puberdade, ocorre um novo pico: meninas podem crescer de 8 a 9 cm por ano, e meninos de 9 a 10 cm por ano”, detalha o especialista.

Muitos pais percebem atrasos quando a criança demora a trocar a numeração de roupas ou calçados, ou quando está visivelmente menor do que colegas da mesma idade. “Ao menor sinal de déficit de crescimento, a criança deve ser encaminhada ao endocrinologista pediátrico”, alerta o médico, lembrando que problemas podem passar despercebidos sem acompanhamento regular.

médico
Miguel Liberato | Foto: Divulgação

Embora a estatura dos pais influencie o crescimento, ela não define sozinha o potencial final da criança. “Muitas vezes, estamos diante de pais mais baixos que, na verdade, tiveram algum problema de crescimento não identificado na infância. Hoje, com diagnóstico precoce, podemos mudar a evolução dos filhos”, explica.

Além da avaliação clínica detalhada, exames laboratoriais e de imagem — como a idade óssea — ajudam a identificar causas de baixa estatura. Entre elas, estão alterações hormonais (deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo, alterações de puberdade e cortisol), fatores nutricionais, condições pediátricas como a doença celíaca e até causas genéticas.

Um erro comum é acreditar que a criança mais baixa sempre irá “compensar” o crescimento no estirão da puberdade. “Nem sempre isso acontece, e esperar até essa fase pode significar a perda da chance de atingir o alvo de estatura”, reforça o especialista.

O tratamento com hormônio do crescimento (GH) é indicado em casos específicos e deve ser sempre acompanhado por médico. “Quanto antes começamos o tratamento, maior a chance de recuperação da estatura. O diagnóstico precoce é essencial para que a criança alcance seu potencial genético de crescimento”, afirma Dr. Miguel. Atualmente, o GH pode ser administrado por meio de injeções diárias ou, mais recentemente, semanais.

Além dos cuidados médicos, hábitos de vida saudáveis são indispensáveis. “Dormir cedo, manter uma alimentação equilibrada, com calorias e nutrientes adequados, e praticar atividade física regular sempre serão pilares fundamentais para um bom crescimento”, acrescenta o endocrinologista.

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