AgriFeira reúne cultura, agricultura familiar e economia solidária no centro de Feira de Santana

Foi com muito samba de roda que a abertura da AgriFeira – Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Princesa do Sertão, foi realizada no centro de Feira de Santana, nesta quinta-feira (25), na Praça Bernardino Bahia, popularmente conhecida como Praça do Lambe-Lambe. A iniciativa, viabilizada por meio de emenda parlamentar do deputado federal Zé Neto, busca não apenas fomentar a agricultura familiar e as agroindústrias da cidade e da região, mas também gerar emprego e renda.

O evento, que segue até o próximo sábado (27), promete ser um ponto de encontro cultural, com oficinas do Senai e apresentações de atrações musicais locais.

A feira é fruto de uma parceria entre o deputado federal Zé Neto (PT) e o Governo do Estado, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR) e de Turismo (Setur). Ao lado dele, estiveram os vereadores Ivanberg Lima e Luiz da Feira, além do deputado Robinson Almeida. Lideranças também prestigiaram o evento.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o deputado destacou a importância da feira para o fortalecimento da agricultura e da cultura feirense. Para ele, o evento é “a cara da cidade”.

“Isso aqui tem a cara da cidade, isso aqui é Feira de Santana na sua mais perfeita realização. Aqui estão as pessoas dos distritos. Tem uma feira que trata não só da agricultura familiar, que é a grande motriz, mas trata também do artesanato, da economia circular que a gente tanto fala. Tem aqui as pessoas que estão vendo a nossa cultura, o forró de raiz, aqui também o samba de roda. Vão ter várias bandas. Gente dessa economia informal que a gente tanto precisa e no centro da cidade criando esse atrativo”, afirmou.

O parlamentar disse que vai se esforçar para a feira se tornar um modelo a ser expandido para outros bairros e distritos de Feira de Santana.

“Vamos ver se a gente consegue fazer 10 feiras dessas: distrito, centro da cidade, outras localidades, bairros importantes. Porque isso é uma vitalidade, é uma alegria. Olha a cara dessas pessoas que estão aqui vendendo. Uma energia boa”, acrescentou.

Para além da comercialização, o evento também é um espaço de fomento e apoio técnico. Estão presentes instituições financeiras e de suporte como o Agroamigo, o Banco do Nordeste, o Pronaf, a CAR e a BahiaTer, oferecendo cadastros e linhas de crédito.

“Esses cadastros são para melhorar o financiamento, melhorar o recurso para a produção. E tudo isso dentro de uma coisa integrada com a política que é feita pelo presidente Lula, pelo governador Jerônimo, que é sustentar, fomentar e evoluir nesse processo de fortalecimento da produção rural. 70% de tudo que chega nas nossas mesas, sabe de onde vem? Daqui”, destacou Zé Neto ao Acorda Cidade.

Os recursos da emenda parlamentar, segundo o deputado, estão sendo direcionados para a aquisição de equipamentos e qualificação profissional.

“Aqui em Feira, a gente vai distribuir nesse mandato mais de 15 tratores. Na região, é muito mais de 30 tratores. Faz os cursos também, principalmente pelo Senai. A gente já fez mais de 100 cursos no Senai aqui em Feira e região. Depois a gente entra com a padaria, entra com a cozinha industrial, entra também, que é importante lembrar, com as máquinas de costura. Porque o que você vê aqui com artesanato, com agricultura familiar, é necessário também de aprimoramento da técnica e de equipamentos que são necessários para fomentar”, afirmou.

Durante a entrevista, o deputado não deixou de demostrar seu apreço pelo samba de roda e a importância de fomentar a cultura popular da região.

“Adoro. Aprendi a sambar com as raízes do nosso povo, na minha família todo mundo gostava. Eu acho que é uma coisa tão nossa, tão da nossa origem, do todo o nosso coração, toda a nossa energia.” “Enferrujado eu não tô não, porque eu cheguei ali agora e sambei com as melhores sabadeiras de Tiquaruçu e mandei ver”, brincou o deputado.

Os desafios da agricultura familiar

A coordenadora da BahiaTer, Edilza Reis, também participou da abertura. Ela falou sobre os desafios enfrentados pelos trabalhadores da agricultura familiar e a importância de espaços culturais como esse para fazer a roda solidária girar.

“A agricultura familiar passa por muitos desafios, inclusive em relação à condição do solo. Hoje os solos estão esgotados, a questão fundiária, a comercialização, o escoamento da produção. E nós temos aqui hoje a oportunidade de tentar garantir esses espaços de comercialização para a agricultura familiar, que é mais um mecanismo, um instrumento de contribuir para o escoamento da produção. Vamos tentar garantir esses espaços aqui na nossa cidade e nos distritos para que a agricultura familiar consiga vender seus produtos naturais, que a gente sabe que não têm a utilização do veneno do agrotóxico. Então, produção de alimentos saudáveis, que é o que a gente na cidade precisa: consumir alimentos saudáveis”, pontuou ao Acorda Cidade.

Edilza também destacou o trabalho realizado pela BahiaTer durante a AgriFeira. A organização é responsável pela assistência técnica, extensão rural e também responsável pela emissão do Cadastro do Agricultor Familiar.

“Um documento muito importante para o agricultor ser classificado como agricultor familiar e acessar políticas públicas, que é o CAF. Estamos aqui com a nossa equipe fazendo esse trabalho de emitir o CAF e fazer a inscrição do Garantia Sáfra para o período do próximo plantio de 2027. Então procure aqui a gente, vamos estar hoje e amanhã fazendo essa atividade aqui, cadastrando os agricultores para garantir a safra também.”

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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