Mais de 200 feirantes da Marechal realizam café da manhã para celebrar aniversário de Feira de Santana: “Onde tudo começou”

A manhã desta quinta-feira (18) é de celebração porque a Princesa do Sertão está completando 192 anos de emancipação política. E, para prestar homenagens à gigante Feira de Santana, não poderia faltar o abraço de um dos personagens que ajudou a construir a sua história até os dias de hoje: os feirantes.

A Associação de Trabalhadores e Trabalhadoras da Feira Livre da Marechal realizou um café da manhã coletivo especial para relembrar onde tudo começou.

“Onde a gente está aqui agora, estamos cercados de grandes lojas. Feira de Santana é cercada de grandes empresas. Mas o que deu origem a essa cidade foi a Feira Livre, que hoje ainda é um pouco esquecida, não é valorizada, porque não gera grandes lucros para os governantes. Por isso, essa ideia de a gente fazer o café comemorando o aniversário da nossa cidade, uma cidade maravilhosa, acolhedora, que eu também amo, sou filha de Feira e amo Feira”, disse a presidente da associação, Edineide Ribeiro.

A ação de levar muita fartura para a Rua Marechal Deodoro já está virando tradição entre os feirantes, que incluíram o aniversário da cidade no calendário de atividades, justamente para poder relembrar a importância da Feira Livre na construção da cidade e celebrar a potência da maior cidade do interior do nordeste. 

“Já faz parte do nosso calendário. O café da manhã no dia do feirante e também no aniversário de Feira de Santana. É um sentimento de gratidão, porque hoje é uma cidade “grande”, porque precisa melhorar muito ainda, mas é um sentimento de gratidão mesmo, porque Feira se originou na Feira Livre.”

Segundo a presidente, além de celebrar, o café da manhã traz mais uma oportunidade de união, debates e diálogos entre os feirantes. A ação de hoje, por exemplo, contou com o apoio de todos os vendedores da Marechal, aproximadamente 280 feirantes, que conseguiram oferecer para toda a população pão, biscoitos, bolos, sucos, lanches, frutas, uma verdadeira abundância, como a Princesa do Sertão tem sido em seu desenvolvimento e como manda a Feira Livre com alimentos direto da agricultura familiar.

“Temos um papel excelente, porque olha quantas pessoas trabalham aqui, quantas pessoas sustentam suas famílias daqui. Pessoas em situação de vulnerabilidade que não têm oportunidade em empresas, nem em lojas, estão aqui vendendo seus produtos, sustentando suas famílias”, acrescentou Edineide ao Acorda Cidade. 

A feirante Sônia Pereira de Jesus Santos destacou a importância de momentos de celebração entre os trabalhadores. Para ela, o café da manhã vem também para acolher a categoria que, por muitas vezes, sai tão cedo de casa, do campo, da zona rural de Feira, que nem dá tempo de preparar o próprio café. 

“Pensamos em trazer esse café da manhã para comemorar os 192 anos de aniversário de Feira de Santana, que nasceu na feira. Quando eu saio de casa, que eu trago bastante mercadoria da agricultura familiar, produtos da época, caju, castanha; no período agora da colheita, milho verde, abóbora, tomate cereja e outras coisas mais. Eu pego o ônibus de 6h30 para chegar aqui. E eu não tenho tempo de ir fazer café”, disse ao Acorda Cidade. 

Nos dias bons de vendas, ela costuma encerrar por volta das 13h, mas a atividade não para. Ao retornar para casa, o trabalho continua para trazer mais mercadoria para o dia a dia dos feirantes.

Com informações de repórter Paulo José do Acorda Cidade

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