A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana comemorou nesta quarta-feira (10), a realização da 100ª Sessão Científica das Residências de Cardiologia e Clínica Médica, um marco para programas de Educação Médica em desenvolvimento na instituição filantrópica.
Para marcar a data, os preceptores, residentes e diretores da Santa Casa participaram de uma breve solenidade no auditório da entidade.
Segundo a médica Fernanda Reis, provedora da Santa Casa, as sessões são realizadas como forma de estabelecer trocas de conhecimento entre médicos e residentes.
“Na verdade essas sessões são debates sobre temas e sobre casos clínicos. Esse é um momento onde vários especialistas e os estudantes discutem determinados casos clínicos, trazem artigos. É um momento de autocrescimento acadêmico e a gente consegue profissionalizar os nossos novos médicos e trazer também um grande benefício para os nossos pacientes.”
Para Fernanda, celebrar o marco de 100 sessões significa celebrar o sucesso dos programas de residência médica da unidade que iniciaram há quatro anos atrás.
“É um marco na história da Santa Casa, o início da residência médica há quatro anos atrás que foi uma idealização do Dr. Rodrigo Matos. E foi de forma bem ousada que nós iniciamos esse projeto, então essa data de hoje marca um processo de evolução. Nós hoje estamos aqui para celebrar o fato da residência médica estar de fato dando certo, e também para agradecer e parabenizar a toda a equipe que faz isso acontecer.”
Para a população os benefícios são uma melhor assistência especializada aos pacientes. A provedora relatou que conseguir trazer mão de obra qualificada das capitais para o interior sempre foi um desafio, e com os programas de residência, está sendo possível valorizar e preparar a mão de obra local.
Atualmente a Santa Casa possui 13 programas de residência, incluindo cardiologia, clínica médica, ortopedia, cirurgia cardíaca, entre outros.
“Somos, na verdade, a instituição do interior da Bahia com o maior número de residências, e nós estamos pleiteando novas residências para o ano de 2026”, destaca Fernanda.
O cardiologista Gilson Feitosa Filho que coordena as residências de cardiologia e clínica médica conta que as sessões científicas são semanais e regulares.
“Essa sessão acontece toda quarta-feira, pontualmente das 11h30 às 12h49. Ela acontece sempre fazendo a discussão de um caso clínico complexo e depois uma discussão de algum artigo internacional que traga alguma novidade importante ou para a cardiologia ou para a clínica médica. Então, a gente acaba atualizando toda a equipe não só de residentes, mas toda a equipe médica de professores que fazem parte do corpo daqui da Santa Casa.”
Para o profissional, a recorrência das sessões otimiza a obtenção e atualização constante de conhecimentos através das trocas.
“O fato de ter esse tipo de atividade, acaba fazendo com que todos nós possamos discutir protocolos em suas minúcias. A gente acaba conseguindo ver qual o melhor caminho para tratar casos complexos e quando nós discutimos casos muito complexos, fica fácil tratar os casos mais simples. A gente tem sido capaz de melhorar a nossa prática clínica sempre na base dos melhores protocolos do mundo em cada área.”
O médico pontua que já consegue ver exemplos concretos, que são resultado do programa de residências e também das sessões semanais.
“Nós temos a formação de residentes e aqui eu quero mencionar a doutora Joana Amália, que foi nossa primeira residente de cardiologia, ela estreou essa sessão e hoje é uma cardiologista muito bem formada. Outros residentes estão a caminho, sendo formados. E a ideia é que a gente possa estar, ano a ano, ofertando à comunidade de Feira de Santana, ou do Brasil novos médicos especialistas em suas áreas, com grande capacidade e empatia.”
O médico ortopedista Rodrigo Matos, que atualmente atua na gestão da secretaria municipal de saúde, foi provedor da Santa Casa na época em que a residência médica foi iniciada. Ao Acorda Cidade ele relatou alegria em poder testemunhar o processo de formação especializada dos profissionais.
“O resultado é maravilhoso. Veja que o que a gente faz aqui não é formar médico, é formar médico especializado. Eu estou falando de cardiologista, eu estou falando de oncologista, eu estou falando de médico especialista em terapia intensiva, ortopedia.”
Segundo Rodrigo, a chegada da residência gerou efeitos positivos para a sociedade, para a formação individual dos médicos, e para o crescimento da unidade de saúde.
“Aqui são 13 programas de residência. Não existia nenhum e graças a um grupo, uma coletividade que acreditou no início, hoje essa é uma causa que é abraçada por várias pessoas. A Santa Casa é o espírito da filantropia, é o espírito da priorização efetiva das necessidades da população. É isso que serve a filantrópica. A filantrópica serve para servir a sociedade, atendendo os interesses da coletividade”, completou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.